O responsável pela Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, defendeu hoje que o impacto da barragem da foz no Tua no Alto Douro Vinhateiro será «residual».
«O Alto Douro Vinhateiro tem 250.000 hectares, 45.000 dos quais cobertos de vinha e, destes, a albufeira vai afogar 12.

Os números falam por si. O impacto é residual\", afirmou o chefe de projeto da Estrutura de Missão, durante uma audição na Assembleia da República.
Ricardo Magalhães respondia aos vários deputados do grupo de trabalho da Comissão Parlamentar das Obras Públicas, que o questionaram sobre os pareceres emitidos pela entidade que coordena, as eventuais alternativas ferroviárias à submersão da linha do Tua e os impactos que a barragem terá na região.

A este respeito, o deputado do Bloco de Esquerda Heitor Sousa destacou a referência feita na Declaração de Impacte Ambiental aosimpactos daquela infra-estrutura no ecossistema e na biodiversidade, considerando-os \"irreparáveis\".

Questionado pelos deputados, Ricardo Magalhães explicou as apostas da Estrutura de Missão, sublinhando a criação da agência de desenvolvimento regional e o plano de mobilidade integrado: \"quisemos transformar a barragem num projeto de desenvolvimento regional\".

Linha submersa

O responsável reconheceu uma \"perda patrimonial\" nos quilómetros de linha ferroviária que serão submersos e, por isso, disse defender uma estratégia de mobilidade integrada para a região, considando possível \"um serviço multimodal centrado no turismo\".

A audição do chefe de projeto da Estrutura de Missão decorreu no âmbito da petição que a Comissão Parlamentar tem em mãos e que defende que a Linha do Tua seja restaurada e reaberta à circulação. por responder ficaram algumas perguntas dos deputados, designadamente sobre os riscos em relação à navegabilidade do Douro e sobre o porquê de não ter sido comunicada à UNESCO a intenção de construir esta barragem uma vez que se localizará numa zona classificada como património mundial.

A polémica em torno da barragem hidroelétrica que a EDP pretende construir na foz do Tua adensou-se nos últimos anos, sobretudo porque aquela infraestrutura vai obrigar à submersão de cerca de 17 quilómetros da centenária Linha do Tua.



PARTILHAR:

Liga Peso da Régua a Vila Real

Sociedade Mixta de Turismo