A Câmara de Bragança conseguiu fazer passar a sua proposta de Plano de Urbanização (PU), votada numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal, anteontem à noite, mas com o total repúdio por parte da oposição, nomeadamente do PS, CDU e Bloco de Esquerda.
O PS vê o plano, cujo concurso público para a sua elaboração foi aberto em 1998, com «perplexidade» e considera que já está ultrapassado. «Está completamente desfasado e desactualizado da realidade actual, porque os dados com que foi elaborado têm 10 anos», afirmou Vitor Pereira, presidente da concelhia socialista. Este partido critica também a elaboração do PU antes de ser aprovado o Plano Director Municipal, cuja revisão está em curso.
O vice-presidente da autarquia, Rui Caseiro, considera que é um «bom plano», e que a própria Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte o classificou «como uma oportunidade de fazer cidade», explicou.
O PU esteve em discussão pública entre Setembro e Outubro, e foi alvo «de muita participação» por parte da população, garantiu Caseiro. Foram feitas 30 propostas de alteração, a maioria delas relacionadas com as plantas de zonamento. Metade foi aceite.
O documento permite o alargamento do perímetro urbano de 968 para 1526 hectares, e um aumento de cerca de 300% da área afecta à Estrutura Ecológica Urbana. O potencial de construção futura é de sete mil fogos, mais 46% do que os 15.073 que existem actualmente.
Ao todo a área urbana total é de 15,3 Km2, o equivalente a 1,3% da área do município que tem 1173,63 km2. O PU prevê ainda a integração da freguesia de Samil no perímetro urbano da cidade. Este é o primeiro PU da cidade e só foi conseguido 60 anos depois da primeira tentativa de o elaborar.