O BNG não tem dúvidas que a genuína língua dos galegos, "em termos científicos", é o galego-português. "Mas coisa distinta é a percepção social deste fenómeno", esclarece Francisco Rodríguez, deputado daquela formação política no Congresso dos Deputados, em Madrid. "Em geral há uma certa resistência em determinados sectores sociais a considerar o galego e o português como a mesma língua, principalmente desde que foi instituída a autonomia, por influência do aparelho de Estado espanhol. E esta situação leva a que o nacionalismo [do BNG] tenha de trabalhar de maneira táctica, para que o nosso povo vá assumindo, progressivamente, que o seu idioma e o de Portugal são basicamente o mesmo", defende o mesmo deputado.

O BNG considera a actual normativa adoptada pela Junta da Galiza "insatisfatória" por não levar em consideração as raízes da língua. "A sua aplicação está a transformar o galego num dialecto do espanhol", constata Francisco Rodríguez. Mas tal postura não leva a que o maior partido nacionalista da Galiza adira às teses do Movimento de Defesa da Língua (MDL) e da Associação Galega da Língua (Agal). "Neste momento histórico defendemos uma normativa de mínimos reitegracionistas [com a língua portuguesa]. Não compartilhamos a de máximos que empregam o MLD e a Agal por estarem muito afastadas do que a nossa gente pode assumir actualmente. E tampouco servem para combater eficazmente a política linguística oficial de espanholização do [nosso] idioma", diz o eleito do BNG.



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