Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegam no domingo à diocese de Vila Real, continuando a peregrinação por todas as dioceses portugueses até ao encontro de jovens de todos os continentes em Lisboa, no verão de 2023.
Os símbolos - a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani – passam nesse dia da diocese de Bragança-Miranda para a diocese de Vila Real, onde permanecerão até 30 de setembro. A entrega será feita às 17:00, na Ponte de Rebordelo, em Valpaços.
Os símbolos estarão em cada diocese nacional até à realização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJLisboa2023) cerca de um mês e a última a recebê-los será Lisboa.
Estes símbolos estiveram, desde 2021, em Angola, na Polónia e em Espanha, bem como nas dioceses portuguesas do Algarve, Beja, Évora, Portalegre-Castelo Branco, Guarda, Viseu, Funchal, Angra, Lamego e Bragança-Miranda. Neste mês de agosto, viajaram também até Idanha-a-Nova, para o Acampamento Nacional de Escuteiros, e até Santiago de Compostela, para a Peregrinação Europeia de Jovens.
Tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, “os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem”, informou a organização da Jornada.
Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a quase 90 países.
“Foi transportada a pé, de barco e até por meios pouco comuns, como trenós, gruas ou tratores. Passou pela selva, visitou igrejas, centros de detenção juvenis, prisões, escolas, universidades, hospitais, monumentos e centros comerciais. No percurso, enfrentou muitos obstáculos: desde greves aéreas a dificuldades de transporte, como a impossibilidade de viajar por não caber em nenhum dos aviões disponíveis”, segundo uma nota sobre a JMJLisboa2023, que acrescentou que “em 1985 esteve em Praga, na atual República Checa, na altura em que a Europa estava dividida pela cortina de ferro, e foi aí sinal de comunhão com o Papa”.
“Pouco depois do 11 de setembro de 2001, viajou até ao Ground Zero, em Nova Iorque, onde ocorreram os ataques terroristas que vitimaram quase 3.000 pessoas. Passou também pelo Ruanda, em 2006, depois de o país ter sido assolado pela guerra civil”.
Já o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, que retrata a Virgem Maria com o Menino nos braços, tem 1,20 metros de altura e 80 centímetros de largura, e está associado a uma das mais populares devoções marianas em Itália.
“É antiga a tradição de o levar em procissão pelas ruas de Roma, para afastar perigos e desgraças ou pôr fim a pestes. O ícone original encontra-se na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, e é visitado pelo Papa Francisco que ali reza e deixa um ramo de flores, antes e depois de cada viagem apostólica”, acrescentou o gabinete de comunicação da JMJLisboa2023.
O Departamento da Juventude, Universidade e Vocações (JuV) da Diocese de Vila Real, citado pela agência Ecclesia, considerou que o início das atividades escolares e pastorais são “oportunidades únicas de envolver os jovens” na peregrinação dos símbolos da JMJ.
“Queremos que as pessoas sejam o agente principal e, assim, que os símbolos estejam no meio da multidão, sempre que possível”, afirmou Pedro Borges, daquele departamento, acrescentando que “a possibilidade de contactar e ver os símbolos traz um sentido diferente aos jovens, permite tornar real a mística da jornada”.
Entretanto, o bispo Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, que se encontra no Brasil a promover o encontro mundial do próximo ano, manifestou o desejo de que o evento “possa ser um sinal de esperança, de carinho, de amor, no tempo difícil” que se está a viver.
Na Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Américo Aguiar deixou o convite aos jovens brasileiros para a JMJLisboa2023, sublinhando que ninguém se deve sentir fora deste convite.
“Nós viemos ao Brasil para convidar todos os jovens do Brasil para a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa. Queremos convidar todos. Não queremos que nenhum jovem se sinta descartado, se sinta fora deste convite. O convite não é para nenhuma elite, o convite é para todos os jovens do Brasil”, acrescentou, citado pela Ecclesia.
Na ocasião, o bispo português adiantou que a abertura de inscrições para a Jornada deve acontecer até ao final de outubro e que o Papa Francisco será o primeiro peregrino a inscrever-se.
A JMJLisboa2023, para a qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo, decorrerá nos terrenos da margem do rio Tejo, ao norte do Parque das Nações, e será encerrada pelo Papa.
Inicialmente prevista para o verão de 2022, a iniciativa foi adiada um ano, devido à pandemia de covid-19.