O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) exigiu a efetivação dos 47 enfermeiros em contrato de substituição com termo incerto no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e alertou que “ainda nada foi feito” pelo Governo.
"Exigimos que também estes contratos, à imagem do que aconteceu com os contratos feitos ao abrigo da luta contra a covid-19, sejam reconvertidos para um contrato sem termo", destacou o dirigente do SEP, Alfredo Gomes, que organizou ontem uma conferência de imprensa à entrada do CHTMAD, em Vila Real.
Naquele centro hospitalar, que é composto pelas unidades de Vila Real, Chaves e Lamego, havia em novembro 47 enfermeiros com este tipo de contratos, sendo que a situação a nível nacional envolve milhares de profissionais cujos contratos podem ser terminados se o profissional que estão a substituir, por diversas razões, regressar ao seu posto de trabalho, explicou.
Em resposta por escrito enviada à Lusa, fonte do centro hospitalar explicou que “os profissionais de enfermagem que se encontram em final de contrato [com contrato de substituição], têm visto a sua situação resolvida”.
As soluções encontradas para a continuidade destes profissionais, segundo a mesma nota, têm passado pela “ocupação de vagas deixadas em aberto pelas aposentações e/ou rescisões”.
O dirigente sindical sublinhou que, em 18 de dezembro, numa reunião entre o SEP e o Ministério da Saúde, a tutela reconheceu que "por uma questão de justiça" tem de ser encontrada uma solução para estes contratos, mas que "até agora ainda nada foi feito".
"É uma injustiça, pois estes colegas já trabalham na instituição há três ou quatro anos com este tipo de contratos, e os outros que chegaram depois têm agora um contrato com garantias de continuidade", salientou.
"O reconhecimento de que há um problema já foi feito, mas é preciso arranjar solução para ele. Não compreendemos que, a viver esta situação que o país atravessa, se demore tanto tempo para encontrar uma solução que está ao virar da esquina, assim haja vontade para o fazer", acrescentou.
O sindicalista referiu ainda que estes enfermeiros estão "a suprir necessidades permanentes nos serviços" e que as "instituições precisam deles".
"É pública a dificuldade para contratar enfermeiros porque não os há no mercado e com este tipo de contratos mais difícil é convencer os enfermeiros a regressar dos outros países, alguns até estão dispostos, mas não é com este tipo de contrato", apontou.
Alertou também que "as camas sozinhas não tratam doentes" e se não houver profissionais de saúde, por "mais estruturas que se abram, os doentes continuam a não ser tratados".
DYMC // JAP Lusa