O sistema antigranizo, que visa transformar as pedras de gelo em água, deverá entrar em funcionamento em Alijó e Sabrosa, no distrito de Vila Real, em 2024, revelou hoje o presidente da Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro).

Em declarações à Lusa, Rui Soares contou que o objetivo é ter este sistema a funcionar na primavera de 2024, sendo que este ano começa já todo o trabalho de montagem e adjudicação.

Esta nova tecnologia vai abranger 15 mil hectares de território, nomeadamente seis mil de vinha entre Sabrosa, Alijó e Pinhão, referiu.

O investimento total é de 1,2 milhões de euros no primeiro ano e, nos seguintes, cai para os cerca de 100 mil euros, disse.

O dirigente da Prodouro explicou que no primeiro ano o investimento é mais avultado porque é necessário comprar os equipamentos e a tecnologia e, depois, é só fazer a manutenção.

A nova tecnologia consiste na utilização de um radar de grande amplitude que, conjugado com a instalação de 24 estações meteorológicas fixas em locais estratégicos e previamente estudados pela equipa técnica, vai permitir detetar com antecedência a aproximação da massa de ar que será responsável pela queda de granizo.

Perante esta ameaça, é emitido de imediato um sinal para as estações meteorológicas que, na presença desta informação, disparam para a atmosfera um balão de hélio, que transporta uma carga de sais minerais capazes de dissolver o gelo, caindo água em vez de granizo.

O projeto prevê um nível de eficácia "na ordem dos 80%" e envolve as câmaras de Sabrosa e Alijó, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a Prodouro, empresas privadas e adegas cooperativas, especificou.

Rui Soares salientou que a queda de granizo afetou “fortemente” a região do Douro nos últimos meses, causando grandes prejuízos aos produtores, o que justifica "ainda mais" a necessidade deste sistema antigranizo.

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) revelou, na quarta-feira, que as chuvas e granizo afetaram “cerca de 6.000 hectares de vinha, 1.000 de olival e 650 de fruticultura (maçã e pêssego) em sete concelhos” da região de Trás-os-Montes e Alto Douro.



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