A cidade de Vila Real dispõe a partir de hoje de uma centena de trotinetes elétricas partilhadas, dispersas por 50 pontos de partilha, no âmbito de um projeto-piloto que será reavaliado dentro de um ano.

“Esta ação é para todos os públicos, mas Vila Real tem cerca de 15 mil alunos entre o secundário e a universidade e é uma população que tem vindo a crescer e temos aqui um público muito elevado”, afirmou o presidente da câmara, Rui Santos.

O autarca destacou que as trotinetes são uma peça importante dentro de uma estratégia para melhorar a mobilidade urbana, que está “prestes a ser concluída” e que incluiu transportes públicos, novos parques de estacionamentos, aumento da área tarifada, os dois elevadores que vão ajudar a “vencer desníveis” e as ciclovias, estando, neste momento, a ser concluído o troço entre a estação e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

“Em três, quatro minutos vai ser possível atravessar a cidade de ponta a ponta de trotinete”, destacou Rui Santos.

O projeto-piloto arranca com cerca de 100 trotinetes, mas pode aumentar até às 200 e tem como empresa parceira a Bolt. Pela cidade estarão espalhados 50 pontos de partilha “obrigatórios”, para recolha e largada dos veículos.

“Sabemos que é um modelo de transporte que tem que ser usado com consciência, que é um modo de transporte que vai coabitar com os restantes, nomeadamente o automóvel e autocarros, que têm velocidades de circulação diferentes e, como tal, requer da parte dos utilizadores a devida consciência na sua utilização”, referiu o vereador Adriano Sousa, que adiantou que vão ser feitas ações de sensibilização em conjunto com o operador e a PSP.

Pela orografia da cidade, “algo acidentada”, o responsável salientou que o projeto tem todas as condições para vingar”, pois trata-se de “um veículo de propulsão elétrica” e “muito mais cómodo na utilização”.

“O futuro dirá se as pessoas vão aderir ou não. Somos uma cidade universitária com população jovem e que é muito propensa a utilizar estes novos modelos disruptivos de mobilidade que estão a ser implementados e que, finalmente, também chegaram a Vila Real”, afirmou.

O projeto-piloto será reavaliado dentro de um ano.

A velocidade de circulação na cidade transmontana está fixada num máximo de 20 quilómetros hora.

O comissário da PSP Jaime Cruz realçou as normas de utilização e segurança, apontando que as trotinetes não podem circular nos passeios (exceto se forem transportadas à mão ou por utilizadores até aos 10 anos), a circulação deve ser feita pelas ciclovias ou vias de trânsito, sempre pelo lado mais direito da faixa de rodagem, a utilização deve ser feita por apenas uma pessoa, está vedada a utilização de telemóveis e é proibido circular sob o efeito de álcool ou substâncias psicotrópicas.

O responsável disse ainda que o uso de capacete é aconselhado.

Rodrigo Veloso, da Bolt, salientou que a operadora “vai fazer todos os possíveis para manter a cidade organizada”, e, para o efeito, explicou que estará disponível uma equipa de rua a trabalhar 24 horas por dia.

Referiu ainda que a viagem só terminará quando o veículo for deixado num ponto de partilha, e que o uso das trotinetes tem um custo de “20 cêntimos por minuto sem taxa de desbloqueio”.

Adriano Sousa salientou a aposta do município na implementação de um “novo modelo de mobilidade urbana” para “encontrar soluções alternativas para a massificação do carro”.

“Neste sentido temos vindo a transformar a cidade, adaptando-a a esse novo paradigma”, apontou, exemplificando o Plano Estratégico de Reabilitação Urbana (PEDU), cujas obras deverão estar concluídas até ao final do ano.



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