Desde Fevereiro deste ano que os sete trabalhadores Cooperativa Agrícola de Vila Real, não vêem a cor do dinheiro dos seus salários. Esta situação está a desesperar os funcionários que esperam e desesperam pela resolução do problema.
\"Dizem-nos sempre que não há dinheiro, que estão à espera de vender terrenos e parte do edifício e nós sem sabermos como vamos ficar\" confessou ao JN, uma das trabalhadoras que pediu anonimato. \"Não estamos contra ninguém, mas o que está em causa, são os nossos salários\". Apuramos que a crise financeira em que está mergulhada a Cooperativa Agrícola de Vila Real, já fez com que os seus associados cancelassem a entrega das colheitas de fruta, por atraso de pagamentos da agremiação.
A situação agudizou-se ao ponto que pairou por vezes a ameaça do corte da energia , chegando mesmo os piquetes da EDP a comparecer no local para efectuar o corte. \"A Cooperativa nasceu sustentada pelos associados ligados ao ramo frutícola, agora até vamos comprar caixas de fruta à concorrência para vender\", confessou-nos outra trabalhadora. Além dos salários, alguns impostos também estão em atraso. Confrontado com esta situação, o dirigente da Cooperativa Agrícola de Vila Real, Jaime Portugal, disse ao JN que \"a situação presente é fruto de várias contingências que têm penalizado a Cooperativa\". \"Tentamos que nas nossas instalações fosse criado um Mercado Abastecedor. O projecto não foi aprovado. Agora andamos desde há um ano a tentar o desbloqueamento de um processo para que possamos vender algum património. Já foram dados alguns passos, mas ainda estamos à espera das decisões de algumas instituições públicas que permitam a sua venda. Interessados não faltam para comprar\", disse Jaime Portugal.
Para o dirigente, uma outra situação \"que concorre para o facto de não haver verbas para pagar salários, tem a ver com um débito de cerca de 44 mil euros por parte de um empresário que alugou alguns armazéns da cooperativa e não pagou. Nós só com a venda do património é que podemos pagar salários\".