Quase meia centena de alunos do primeiro ciclo do Ensino Básico de Ribeira de Pena ainda não sabem, segundo alguns pais, \"quando vão começar a frequentar as aulas\", que deveriam ter-se iniciado oficialmente ontem.
Os encarregados de educação dizem terem sido apanhados de surpresa, numa reunião agendada pelo Agrupamento de Escolas local e, apesar dos protestos, ficaram sem resposta.
Segundo alguns pais, o Conselho Executivo (CE) explicou que \"as salas se encontram muito sujas e não há funcionários para a limpeza, nem tarefeiros para vigiar os meninos\". Por isso, garantem que \"a informação do Conselho Executivo é de que ainda não há data. Ficaram com os contactos para poderem telefonar a avisar\". No entanto, contactado o CE, um dos seus elementos, que não aceitou ver citado o seu nome no jornal, garantiu que as aulas na escola da Casa do Povo (no centro da vila) vão começar depois de amanhã, \"como noutras escolas do município\".
Os jovens, com idades entre os cinco e os 11 anos são oriundos, sobretudo, das localidades de Balteiro, Santo Aleixo, Daivões e Friúme, onde as respectivas escolas foram sendo encerradas, nos últimos anos.
Situação provisória
Agora, os pais queixam-se de que, no ano passado, \"os alunos tiveram aulas na Casa do Povo, mas disseram que era uma situação provisória. A verdade é que aquilo não tem condições. O recreio é interior, o cheiro das casas de banho é horrível, há teias de aranha e pó por todo o lado. Dizem que o CAE (Centro de Área Educativa) ainda não colocou os funcionários\", desabafou uma mãe.
O JN contactou o CAE de Vila Real, para obter esclarecimentos sobre o assunto, mas tal não foi possível, porque os responsáveis estavam \"em reunião\".
O presidente da Câmara Municipal de Ribeira de Pena, Agostinho Alves Pinto, concordou que \"as condições não são as ideais, mas são as possíveis e melhores do que muitas no país\", e lembrou que \"a Câmara está em negociações com o Ministério da Educação para construir o novo centro escolar de Ribeira de Pena\" Quanto as funcionários, o autarca confirma que \"é uma responsabilidade do Governo\" que espera \"ver resolvida em breve\".