Apenas cinco médicos, todos eles espanhóis, concorreram às dez vagas abertas pela Sub-Região de Saúde de Vila Real para colmatar a falta de clínicos no distrito, disse, ontem, o coordenador desta estrutura. José Maria Andrade acrescentou, em declarações à agência Lusa, que dos 158 médicos que actualmente trabalham no distrito, 22 são espanhóis e dois brasileiros.
Explicou que, por ainda existirem \"algumas necessidades\" de clínicos no distrito transmontano, a Sub-região de Saúde abriu um concurso com dez vagas, ao qual \"apenas concorreram cinco médicos e todos eles espanhóis\". Estes médicos foram colocados nos centros de saúde de Valpaços, Mondim de Basto, Vila Real, Santa Marta de Penaguião e Alijó.
Entretanto, está já a decorrer um outro concurso para preencher mais oito lugares.
Segundo o responsável, os concelhos do distrito onde se verificam mais necessidades de médicos são Peso da Régua e Mesão Frio.
Sem médico de família
No entanto, referiu que apenas 2.500 dos 240 mil utentes inscritos nos centros de saúde do distrito estão sem médico de família.
Alguns dos utentes sem médico de família estão inscritos no Centro de Saúde Um de Vila Real onde, após a transferência do serviço de atendimento para a zona de Mateus, estão já a decorrer obras para a instalação de mais três gabinetes médicos.
O serviço de atendimento a urgências está a funcionar desde segunda-feira junto ao Centro de Saúde Dois, na zona de Mateus, em instalações cedidas pela Sociedade Polis de Vila Real.
O anúncio da transferência do serviço de atendimento para Mateus provocou alguma contestação por parte dos residentes nesta zona da cidade, alguns utentes, farmacêuticos e associação comercial.
José Maria Andrade explicou que esta foi a \"melhor solução\" devido à falta de espaço no Centro de Saúde Um onde o serviço estava instalado e às muitas queixas dos médicos por não haver, por exemplo, luz directa do sol.