O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Sobrinho Teixeira, defendeu hoje que «o país tem de inverter a política» de Educação e eleger a qualificação da população portuguesa como «o grande desígnio nacional».
"Há que mudar a política, ter maior clarividência naquilo que se está a fazer", afirmou, à margem das comemorações do Dia do IPB, que completou hoje 31 anos.
No momento em que os cortes na Educação e Investigação ocupam o debate nacional, para o presidente do politécnico de Bragança a questão "não é tanto de financiamento", mas de "inverter o caminho" e apostar na qualificação da população jovem e adulta portuguesa.
"Penso que apesar da crise económica, se nós, no futuro, deixarmos uma população qualificada, competitiva e que possa aumentar a produtividade do país, valeu a pena todo este esforço", considerou.
O presidente do IPB insistiu que este deve ser o "grande desígnio do país" e que defendeu que existem "condições para o fazer".
"Eu penso que tem de haver é, sobretudo, clarividência política para ser realizado", apontou.
Sobrinho Teixeira lembrou que "Portugal tem índices de qualificação que estão muito abaixo daquilo que é a média europeia, da OCDE e muito abaixo dos compromissos assumidos com a estratégia 20/20".
Por isso, entende que "o que é preciso pensar é de facto em aumentar o número de jovens que poderão frequentar o Ensino Superior e que esse é o grande desafio que se coloca".
Sobrinho Teixeira está à frente da instituição de ensino superior transmontana há sete anos e acabou de ser eleito para um terceiro mandato, colocando como desafio "captar fundos comunitários para a investigação aplicada, inovação e apoio à criação de empresas".
Apesar da redução global nacional no financiamento para investigação, o presidente garantiu que o IPB tem conseguido "aumentar as verbas" nesta aérea, indicando que o instituto recebeu este ano 21,3 milhão de euros da Fundação Ciência e Tecnologia".
O politécnico de Bragança têm-se destacado entre as instituições de Ensino Superior nacionais, surgindo em primeiro lugar "em muitos dos fatores do ranking internacional" de investigação feita na academia como foi hoje demonstrado por um dos responsáveis desse ranking, Félix Moya de Anégon, o convidado para a Oração de Sapiência. Nas comemorações do Dia do IPB.
A data foi aproveitada para premiar os melhores entre os sete mil alunos do instituto e entregar diplomas aos cerca de mil estudantes estrangeiros de 34 países, que frequentam a instituição.
A ocasião serviu ainda para homenagear o antigo professor do politécnico e presidente da Câmara de Bragança durante 16 anos, Jorge Nunes, "pelo sentido de serviço público" e por sempre ter visto "no instituto um alicerce da cidade e da região".
Outro homenageado foi o professor brasileiro Eduardo Madureira Brasil, que ajudou o IPB a "lançar-se na internacionalização e a expandir-se para o mundo da Lusofonia".