Na tarde da passada segunda-feira, após quase três horas de discussão e troca de \"mimos\" entre deputados, foi realizada a votação do Plano de Pormenor da Vila Velha. Votaram a favor 27 deputados, três abstiveram-se e os oito deputados do Partido Socialista votaram contra.
António Martinho, um dos deputados que votou contra, criticou \"a forma como todo o processo foi elaborado, nomeadamente no diálogo entre a Sociedade Polis e os munícipes\", receando que o projecto \"prejudique a entidade cultural da cidade\". Mas o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Manuel Martins, salientou que \"não quer ver a Vila Velha degradar-se ainda mais\", daí a \"necessidade\" da aprovação deste projecto.
Depois de terem sido rejeitadas, em votação, as alterações ao plano sugeridas pelo PS, o deputado do PSD Abílio Guedes disse que não considerava essas alterações \"satisfatórias\" porque, \"teria de haver uma nova discussão pública e os projectos iriam atrasar-se, estando o relógio a descontar o tempo ininterruptamente\". O Plano de Pormenor acabou assim por ser aprovado por maioria.
Quanto ao Plano de Pormenor do Bairro dos Ferreiros, a sua votação foi mais uma vez adiada. Após o deputado socialista Ascenso Simões ter afirmado que este plano \"está ferido de irregularidades\", todos os deputados do PS decidiram abandonar a discussão, e consequentemente a Assembleia Municipal. Perante tal atitude, o presidente da Assembleia Municipal de Vila Real viu-se obrigado a adiar a votação deste Plano, por não haver quorum, isto é, por não haver deputados suficientes presentes para se proceder a uma votação.
Ascenso Simões explicou a tomada de posição dos deputados socialistas com o facto destes acreditarem que este Plano \"deverá voltar à discussão pública, por ver reduzidas as cotas de área sujeita a inundações. Para além disso, os socialistas defendem que o facto do Parque Florestal vir a ter um mecanismo de circulação de trânsito \"interfere com o Plano Director Municipal\".
Perante o novo adiamento da aprovação do Plano de Pormenor do Bairro dos Ferreiros, desta vez para esta noite, Manuel Martins disse não compreender a posição dos deputados do PS, visto \"anteriormente não terem feito qualquer crítica a este plano\". O autarca acredita que, ao ausentar-se, o PS \"quis provocar mais uma vez a Assembleia, fazendo com que esta fosse mais uma vez adiada\". \"O PS queria que ficássemos de mãos cruzadas, mas isso não acontecerá, e não haverá atrasos nas obras, porque os projectos estão a avançar\", acrescentou o autarca. Contudo, numa altura em que o cronómetro marca 487 dias para a conclusão dos trabalhos no âmbito do Programa Polis, estes levam já cerca de cinco meses de atraso.
