Um obstetra do Hospital de Chaves terá justificado um método operatório diferente do combinado com a paciente com a hora em que ela deu entrada no bloco «Hora de almoço». Indignada com a justificação, a utente decidiu denunciar o caso.
O administrador do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes, Carlos Vaz, diz que não acredita que o clínico tenha dado essa resposta e lamenta que em vez de fazer as reclamações no livro amarelo, as pessoas optem por \"ligar a jornalistas\". Depois de muito pensar, Aranza Pinto, de 32 anos, decidiu que iria laquear as trompas, solução utilizada por quem não quer ter mais filhos. Segundo Aranza, o especialista que a viu, Luís Artur, disse-lhe que iria fazer uma laparoscopia, cuja recuperação é mais rápida, a incisão e o efeito estético são menores. No entanto, quando mudou o penso, apercebeu-se que o método utilizado tinha sido o convencional.
Abalada com o tamanho do corte, Aranza quis saber o que se tinha passado. A explicação do obstetra Alexandre Carvalho (que também participou na intervenção), garante, foi esta: \"Sabe a que horas entrou no bloco?. Eu disse, às 12.15 horas.
Então ele disse que era hora de almoço e que foi a maneira mais rápida, pois tinham que ir comerr. A solução era esta ou adiar\". Aranza contrapÎs: \"Mas ninguém me perguntou se preferia adiar.\" \"Há senhoras que esperam três anos e você só esperou três meses\", ter-lhe-á dito o clínico. \"Como não era um caso de vida ou morte, preferia esperar\", diz, para concluir: \"Não quero nada [indemnização], só quero alertar para que isto não aconteça com outras mulheres\". \"Não acredito que o médico tenha dado essa resposta\", afirmou o administrador do Centro Hospitalar, lembrando que a \"laparoscopia é dez vezes mais rápida\", e acedendo a que fosse o médico a explicar-se. O clínico aceitou falar, mas só por ordem administrador. O JN contactou Carlos Vaz. Disse que sim. Alexandre Carvalho não voltou a atender o telemóvel