O Centro Musical Tradicional Sons da Terra (CMTST) foi alvo de uma intervenção que rondou os 75 mil euros e tornou-se num espaço de excelência para investigadores das tradições etnográficas, orais e musicais peninsulares, considerou o seu diretor.
\"Com a intervenção, os visitantes e investigadores terão uma maior liberdade para aceder aos materiais que procuram, já que o centro está agora dividido em biblioteca, fonoteca, arquivo fotográfico, sala multimédia entre outros equipamentos ao dispor de quem estudar a cultura das nossas gentes,\" disse à Lusa o diretor do CMTST, Mário Correia.
O espaço cultural dispõe de um acervo único em toda a Península Ibérica composto por mais de um milhar de horas de registos fonográficos e musicais digitalizados, sendo que mais 90 por cento são provenientes do Nordeste Transmontano, com destaque para a peculiar cultura e língua mirandesa.
A fonoteca é composta por mais de 7.500 discos documentais da música folk e tradicional, oriunda das mais diversas regiões do país e da Europa.
A estes materiais de investigação, que estão compilados e organizados, juntam-se mais de 3.500 livros e um arquivo composto por mais de 60.000 fotografias digitalizadas, que estão ao dispor de quem visita do CMTST.
\"Este espaço cultural é dirigido a estudantes de antropologia, etnomusicologia, músicos da corrente folk que procuram documentação para recriarem futuros temas musicais\", frisou o responsável pelo centro.
Segundo Mário Correia, um conhecedor deste género de realidade cultural, \"o CMTST é o único espaço do género em todo o país e um dos mais importantes da Península Ibérica, já que devido ao seu acervo é anualmente visitado por algumas centenas de pessoas ligadas ao estudo e investigação das tradições\".
Parte dos elementos culturais de Trás-os-Montes, Beiras, Minho e da província espanhola de Castela e Leão e Galiza estão ali representados.
\"Não podemos estudar as tradições culturais transmontanas sem as enquadrar num contexto peninsular devido à proximidade com os povos galegos e castelhanos\", destacou o também investigador.
O espaço cultural está sediado na vila nordestina de Sendim, concelho de Miranda do Douro, e ocupa o espaço de uma antiga residência paroquial, a qual foi alvo de uma intervenção de fundo que contou com fundos do PRODER, Freguesia de Sendim e Câmara de Miranda do Douro.