O sorteio de vistos de residência nos Estados Unidos criado pelo Departamento de Estado e que oferece a milhares de pessoas possibilidade de concretizar o sonho americano, poderá ser suspenso, uma vez que pode comprometer a segurança nacional, segundo os detractores, enquanto os partidários alegam que está mais seguro depois do 11 de Setembro.
Concebido em 1980, o programa atribui anualmente 50.000 vistos para permitir
a entrada no país de imigrantes de todos os continentes, com excepção daqueles que enviam grandes quantidades de imigrantes para os Estados Unidos, caso do México, Canadá, Jamaica, República Dominicana, Colômbia, Coreia do Sul, Índia e Reino Unido, com excepção da Irlanda.
Portugal é um dos países beneficiados, cabendo algumas centenas dos cerca de 24.000 vistos atribuidos aos países europeus.
O Departamento de Estado recebe um total de oito milhões de inscrições procedentes de todos os cantos do mundo e os críticos receiam que possa possibilitar a entrada no país a pessoas que possam constituir uma ameaça.
Um dos aspectos mais criticados é que, apesar dos atentados, países que o governo inclui na lista dos apoiantes do terrorismo continuam incluidos na lotaria: o Irão, que o ano passado recebeu 768 vistos; Siria, 62; Líbia, 61;
Cuba, 529; Coreia do Norte, 4; Sudão, 1.297, de acordo com os dados do Centro para Estudos da Imigração (CIS), organizaçnao com sede em Washington e que advoga o controlo da imigração e a abolição do sorteio.
Em contrapartida, os defensores do sorteio, consideram que o problema da segurança tem mais a ver com a criacão de um sistema eficiente que evite a entrada de potenciais terroristas e criminosos, do que propriamente com o sorteio.
“Qualquer tipo de vistos está sujeito a abusos e representa um risco”, diz Andrew Schoenholtz, director de Estudos Políticos e Leis da Universidade Georgetown, em Washington.
O catedrático considera que é necessário desenvolver um bom sistema de segurança.
Os oponentes alegam que o sorteio pode representar ameaça e lembram o caso do egipcio que, em Julho, matou duas pessoas no aeroporto de Los Angeles.
“A culpa não é do sorteio. Uma vez atribuido o visto de entrada não há forma de saber se a pessoa vai ou não cometer algum crime e isso pode suceder com qualquer outro programa de vistos”, adianta por sua vez Douglas Rivlin, porta-voz do Foro Nacional de Imigração, uma organização de imigrantes.
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