A subida do caudal do rio Douro, "completamente atípica" para um mês de maio, levou à retirada de equipamentos de um bar e loja de artesanato do cais da Régua e suspendeu parcialmente a navegação turística.
Em abril, uma cheia submergiu todo o cais fluvial de Peso da Régua e os edifícios ali instalados. Um dia antes da inauguração com nova gestão foi necessária retirar os equipamentos do bar, o mesmo que entretanto abriu ao público e de onde, na terça-feira, foi necessário voltar a retirar os materiais.
O responsável pela proteção civil municipal, Manuel Saraiva, disse à agência Lusa que o caudal galgou o cais na terça-feira à noite, mas não chegou a entrar nos edifícios. Entretanto, durante a noite a situação foi estabilizando e o rio desceu do cais.
"Mas continuamos numa situação muito instável, estamos atentos às descargas das barragens espanholas e aos caudais dos afluentes do rio Douro, por causa da chuva que tem caído na região", referiu.
Manuel Saraiva fala numa situação "completamente atípica" para o mês de maio e referiu que, desde que assumiu estas funções há 11 anos, "nunca se verificou uma situação destes nesta altura do ano".
Este ano já foi necessário, segundo o responsável, limpar "pelo menos seis vezes" a zona ribeirinha da Régua, desde o cais, à ciclovia ou o parque infantil e sanitários, uma situação que está a causar grandes transtornos.
A subida do rio está também a causar grandes transtornos à navegação turística.
Durante a cheia de abril, a navegação ficou suspensa e foi reabrindo, posteriormente, conforme as equipas da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) foram repondo a balizagem no rio e limpando o lixo flutuante.
Agora, a navegação foi de novo suspensa, nomeadamente as eclusagens nas barragens, podendo os barcos navegar nas albufeiras.
A APDL, gestora da Via Navegável do Douro, alerta, num aviso à navegação, "para a extrema necessidade de cuidado na prática da navegação nos troços abertos, tendo em conta a existência de objetos flutuantes em suspensão e à menor visibilidade dos mesmos, bem como aos caudais variáveis".
António Pinto, da empresa Douro à Vela, fala "num mês de meio muito atípico", já que o rio leva "muita água e tem muitas correntes".
"Está a ser um mês muito complicado. Este mês costuma ser muito bom para o negócio e já foi à vida. Muito prejuízo, muto prejuízo", afirmou à agência Lusa.
António Pinto disse que, por norma, os meses de abril e maio "são já de muita procura turística no Douro". "Muitos clientes, muitos pedidos e este ano a situação está muito complicada", frisou.
O operador turístico espera que a partir de quinta-feira a situação no Douro normalize.
Lusa, Foto: Manuel Igreja