O presidente da Associação Empresarial Nervir, de Vila Real, mostrou-se hoje preocupado com a subida do número de desempregados no Douro, para os 15.858 em dezembro, num território onde considera que as oportunidades são cada vez mais escassas.
"Apesar de no resto do país o desemprego ter baixado, aqui subiu ligeiramente porque as oportunidades cada vez são menos", afirmou Luís Tão à agência Lusa.
O empresário lamentou que "ninguém invista no Interior" e, por isso, referiu que "é natural" que as pessoas tenham que emigrar ou procurar oportunidades nas grandes cidades portuguesas.
A subida do desemprego no Interior, tanto no Douro como no distrito de Vila Real, acontece em "contraciclo" com a descida que ocorreu no todo nacional.
No Douro, o número de desempregados subiu 5,8% para os 15.858 em dezembro, quando comparado com o mês homólogo de 2012 (14.994). No distrito de Vila Real, neste mesmo período, o aumento cifrou-se em 5,4%, para os 14.052 inscritos nos centros de emprego.
Segundo os dados da Nervir, o Douro permanece com uma taxa de desemprego "muito elevada" (19,4%) face à taxa do continente ou do Norte.
No entanto, quando comparados os valores entre os meses de novembro (16.029) e dezembro de 2013, verifica-se que nos concelhos durienses se verificou um decréscimo dos desempregados na ordem dos 1,1%.
Os concelhos onde esta mesma taxa se apresenta mais elevada são Lamego e Tabuaço (ambos localizados no Douro), com valores na ordem dos 26,9% e 26,5% respetivamente. Vila Real apresenta uma taxa de 15,8%.
O desemprego de longa duração aumentou na maioria dos territórios estudados. O peso deste indicador no total verificou ao longo de 2013 um acréscimo, com exceção do distrito de Vila Real, onde reduziu cerca de dois pontos.
Em dezembro de 2013 o peso dos desempregados de longa duração no total de desempregados inscritos era de 52% no norte, 47% no interior norte, 48,8% no Douro e 44,7% no distrito de Vila Real.