A Suíça já rejeitou dois pedidos de emigrante portuguesa que vive no país há mais de dez anos, de levar para lá a mãe de 68 anos, que está sozinha em Portugal. O PCP considera esta situação ilegal e já motivou uma interpelação junto da Comissão Europeia.

Maria de Fátima Rio, viúva, reside numa aldeia perto de Boticas, a 24 quilómetros de Chaves, e quer ir morar com as filhas na Suíça, mas as autoridades helvéticas recusam-lhe o reagrupamento familiar.

\"Esta situação arrasta-se há dois anos. Fiz dois pedidos e foram recusados com ordem de expulsão porque a minha mãe pode ficar por três meses e estava cá na altura\", contou à Lusa a filha Sandra Teixeira, residente na Suíça há 13 anos.

Sandra Teixeira disse que se mudou para uma casa maior, para ter um quarto para a mãe \"como as autoridades suíças exigem\", e garantiu que não vai desistir porque quer acompanhar e dar apoio Maria de Fátima Rio, que está \"sozinha em Portugal\".

\"A justificação que nos dão é que a reforma dela (de 370 euros) não dá para viver na Suíça, mas ela vem viver para a Suíça a cargo das duas filhas que estão aqui. Não precisa de trazer a reforma\", disse.

Afirmando que vai dar entrada num novo processo de pedido de reagrupamento familiar, Sandra Teixeira sublinhou que tanto ela como a irmã residem há mais de 10 anos na Suíça e não têm \"problemas com a justiça, nem dívidas\". \"Estamos bem e podíamos dar um bocadinho deste bem-estar à minha mãe, que tem cá os netos\", afirmou.

A situação desta portuguesa já motivou duas interpelações do PCP junto da Comissão Europeia e da Assembleia da República.

Sublinhando que as autoridades suíças estão a violar o Acordo sobre a Livre Circulação das Pessoas \"aprovado pelo Parlamento Europeu em 4 de Maio de 2000 e votado na Suíça em 21 de Maio de 2000\", a eurodeputada do PCP Ilda Figueiredo perguntou à Comissão Europeia quais as diligências \"encetadas para garantir o cumprimento do reagrupamento familiar\" se estiverem cumpridas as exigências de alojamento adequado e seguro de doença.

\"Sabendo que as autoridades consulares conhecem este processo, que medidas foram tomadas para resolver esta situação?\", questiona, por sua vez, o deputado Jorge Machado na interpelação ao Governo.

O PCP questionou ainda quantas situações semelhantes a esta foram detectadas naquele país e o que é que o Governo português vai fazer para evitar que situações destas se repitam.



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