A Câmara da Régua disse hoje ter sido surpreendida pela decisão do Ministério da Saúde de encerrar entre Outubro e Dezembro o Hospital D. Luís I, uma unidade que diz ter «uma população alvo de cerca de 50.000 utentes», noticia a Lusa.
Contactado pela agência noticiosa, o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), Carlos Vaz, afirmou que «ainda não há nada oficial sobre este assunto» e que esta é uma decisão que cabe apenas ao Ministério da Saúde.
A autarquia liderada pelo social-democrata Nuno Gonçalves, lamentou ter tomado conhecimento do encerramento do hospital «apenas por terceiros e na altura em que a mesma foi comunicada em reunião aos funcionários do hospital».
Através de uma carta enviada ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e à comunicação social, a câmara diz que «não encontra justificação para esta precipitada tomada de decisão».
Este encerramento poderá, no entanto, decorrer da abertura do novo Hospital de Lamego, prevista para Janeiro de 2012.
«Entendemos que o Hospital D. Luís I, que tem uma população alvo de cerca de 50.000 utentes, não deve ser encerrado mas sim valorizado com um serviço de qualidade e de proximidade que vimos defendendo», acrescenta ainda o documento.
A câmara lembrou ainda a proposta de um novo projecto para a unidade hospitalar, que defende há muito tempo, e lamentou não ter tido a oportunidade de «apresentar argumentos» ao novo Governo.
«Esperamos sinceramente senhor primeiro-ministro, que entenda como justa esta nossa indignação, bem como que venha a ser entendida a nossa postura em relação ao Hospital D. Luís I, e que ainda seja possível discutir uma solução para o mesmo», salientou ainda o município.
No Hospital D. Luís I está instalado o Centro Oftalmológico, em funcionamento desde finais de Março de 2009, que representou uma das grandes apostas do CHTMAD, que integra os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego.
Esta unidade, que está a eliminar a lista de espera em oftalmologia nesta região, representou um investimento de 1,5 milhões de euros em obras de adaptação e equipamento.