Um arguido de 69 anos confessou hoje ter matado a tiro um homem na noite de 31 de dezembro, em Lamas de Olo, Vila Real, mas disse ter sido sem querer e que apenas queria assustar.
O suspeito começou hoje a ser julgado por um coletivo de juízes, no Tribunal de Vila Real, e está indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e coação agravada, que ocorreram na noite de passagem de ano (2017 para 2018), na aldeia de Lamas de Olo.
O arguido contou que houve uma discussão durante um convívio da aldeia, que foi insultado e ameaçado pela vítima que depois o seguiu até à sua casa.
Referiu ter ficado com medo e que, por isso, saiu de casa com a arma, "mas apenas com intenção de assustar".
Já na rua disse ter sido agarrado e que, no meio da confusão, a arma disparou a cerca de um metro e meio da vítima.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), o arguido ter-se-á aproximado do automóvel onde estava a vítima, que se encontrava ao volante com a janela aberta, apontou a caçadeira ao seu rosto e disparou, matando-a.
O arguido está ainda acusado de, no trajeto até ao veículo, ter ameaçado um vizinho de que o matava se não se afastasse, quando o mesmo procurava acalmá-lo.
Depois do crime, o suspeito foi para casa onde, na mesma noite, foi detido pelos militares da GNR e depois entregue à Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real.
A vítima tinha 42 anos e dois filhos menores, um dos quais encontrava-se nas proximidades do local quando o pai foi morto e, em tribunal, relatou a discussão entre os dois homens, mas que, ao ver o arguido com a arma, fugiu e ouviu o tiro antes de entrar no café.
Testemunhos da aldeia referiram que as desavenças entre os dois homens eram antigas.