O agricultor detido pela Guarda Nacional Republicana (GNR) em Carrazeda de Ansiães suspeito de plantar canábis em pomares ficou em liberdade, mas sujeito a apresentações às autoridades duas vezes por semana, disse hoje à Lusa fonte judicial.
O homem, de 68 anos, foi detido pela GNR na terça-feira, tenso sido presente a primeiro interrogatório na quarta-feira, no Tribunal de Vila Flor, também no distrito de Bragança.
Como medida de coação, segundo a fonte, foi-lhe decretada a obrigatoriedade de se apresentar duas vezes por semana no posto da sua área de residência. Aguarda, por isso, o desenrolar do processo em liberdade.
O detido tem antecedentes criminais por ilícitos da mesma natureza e por eles já cumpriu pena de prisão.
“O suspeito fazia a produção das plantas de canábis nas suas propriedades, ele que é agricultor de profissão, sendo que, após isso, fazia a secagem e dividia o produto para o poder vender a consumidores já conhecidos”, explicou na quarta-feira à Lusa a comandante do Destacamento Territorial de Mirandela, capitão Edna Almeida, que esteve a cargo da operação, denominada “Maçã Verde”.
Segundo a comandante, o suspeito “aproveitava também a sua profissão de venda de produtos, maçãs no caso, e vendia simultaneamente as duas coisas”, ou seja, a fruta e a droga.
O suspeito atuava em mais zonas do distrito do sul do Bragança, fazendo chegar a droga a diversos consumidores dos concelhos não só de Carrazeda de Ansiães, mas também Vila Flor e Torre de Moncorvo.
“O suspeito reside em Carrazeda de Ansiães. Aproveitava o facto de ir vender as maçãs e fazia a distribuição do produto estupefaciente. (…) É mais uma pancada forte que damos no combate a este flagelo que é o tráfico de droga”, disse Edna Almeida.
Nas diligências policiais foram apreendidas 1.963 doses de canábis, 270 euros em dinheiro, uma arma de fogo, mais de 400 cartuchos e munições, três telemóveis, quatro balanças de pesagem e três caixas com sementes de canábis, entre outro material.
A GNR encontrou ainda oito livros com informação sobre o cultivo de canábis.
A operação contou com o reforço do Posto Territorial de Mirandela, do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) de Mirandela, da Secção Cinotécnica do Destacamento de Intervenção (DI) de Bragança e do Grupo de Intervenção e Operações Especiais (GIOE) da Unidade de Intervenção (UI).