O internamento de Pediatria geral da unidade de Lamego do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) encerrou às zero horas de ontem. A baixa taxa de utilização explica a medida. Os restantes serviços mantêm-se.
O presidente do Conselho de Administração do CHTMAD, Carlos Vaz, explicou, ao JN, que \"o internamento pediátrico geral tinha, em média, um doente. Nos primeiros três meses deste ano a média foi mesmo inferior. Pelo que, não fazia sentido ter uma equipa de 10 enfermeiros e vários médicos neste serviço\". De resto, realçou que apenas foram seguidas \"as orientações ministeriais de há muito tempo\", centralizando em Vila Real todo o internamento pediátrico.
Um pai de Lamego, que preferiu falar ao JN sob anonimato, mostrou-se preocupado com este encerramento, alegando que \"vai obrigar as pessoas a andar com os filhos para trás e para a frente\". E receia que quem não tem carro próprio se veja confrontado com mais dificuldades para se deslocar a Vila Real. \"A rede de transportes públicos que nos serve, não é propriamente a melhor\", sublinhou. Carlos Vaz não vê razões para grandes preocupações, pois \"já quando o serviço estava aberto, muitas das vezes as crianças eram transferidas imediatamente para a unidade Vila Real do CHTMAD\". Explica que quando uma criança sofria de problemas graves que exigissem o internamento \"ela era encaminhada para Vila Real, uma vez que em Lamego não há cuidados altamente diferenciados\". Por outro lado, adianta que as condições de vida da população têm vindo a alterar--se e que, por isso, \"há cada vez menos internamentos\".
Cirurgia e Urgência ficam
Apesar da subtracção daquele serviço, a unidade de Lamego do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Dour continua a manter na Pediatria as valências de cirurgia e urgências. Porém, são serviços que acabarão por ser extintos quando abrir o novo Hospital de Lamego, o que deverá acontecer em Setembro de 2011.
A nova unidade de saúde obedece a um novo conceito que privilegia a proximidade e que por isso estará vocacionado para a cirurgia de ambulatório. Ou seja, não há internamento. Nem pediátrico nem qualquer outro. O doente é operado e regressa a casa no mesmo dia. Em casos mais complicados, o destino será sempre a unidade de Vila Real.