A companhia profissional de teatro Filandorra estreia hoje em Macedo de Cavaleiros o espectáculo \"Trasgos à solta\". Inserido no programa da Feira da Castanha, os actores da companhia \"transformam-se em seres irrequietos e travessos\", de modo a divertir os espectadores, afirma David Carvalho.

Segundo este encenador, \"Trasgos à solta\" é uma peça que envolve canto, música, bailes e bailaricos, carros e alegorias móveis, com toda a companhia a interagir com o público presente. Tendo sido preparada essencialmente para a animação das feiras tradicionais, respeita os valores etno-antropológicos de raízes transmontano-durienses, \"sem por isso cair num provincianismo balofo\".

Desta forma, este espectáculo baseia-se na figura dos Trasgos, \"uma espécie de espíritos caseiros, invisíveis a maioria das vezes e que fazem judiarias às mulheres no interior das habitações\", como explica o escritor Alexandre Parafita. Trata-se de uma crença presente em muitas regiões de Trás-os-Montes e Alto-Douro, e embora irrequietos e travessos, estes seres não \"fazem mal às pessoas, apenas se entretêm a pregar-lhes sustos\".

Todo o acompanhamento literário dos \"Tragos à solta\" é feito por este investigador de literatura oral, que tem vindo a colaborar com a Filandorra neste sector.

Nesta digressão da companhia pelas terras do nordeste transmontano, a Filandorra vai apresentar ao público \"O Auto da Índia\", de Gil Vicente, dias 9 e 10, em Mirandela, nas freguesias de Torre D. Chama e Mascarenhas, associando-se assim às comemorações nacionais dos quinhentos anos da obra literária do mestre quinhentista.



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