Depois de recorrer aos tribunais, a Companhia do Teatro em Movimento acabou por ganhar um dos processo judiciais que tinha contra o IPAE. A decisão final foi do Supremo Tribunal Administrativo e em causa estava a rejeição de uma candidatura referente às actividades e projectos que esta companhia pretendia realizar em 2001. Os financiamentos solicitados ao Ministério da Cultura nesta candidatura rondavam os 40 mil contos.
Na altura em que foi apresentado o projecto, o júri do concurso considerou que a candidatura era de \"consistência insatisfatória, fundamentação residual, não reconhecida capacidade de realização, orçamento inadequado\" e que \"não se preenche de forma satisfatória aos diversos critérios definidos\", sendo a sua decisão \"não seleccionar para apoio a candidatura do Teatro em Movimento\".
No entanto, o director desta companhia, Leandro Vale, afirmou que todas as críticas referidas foram rebatidas pelo Supremo Tribunal Administrativo e que \"a candidatura estava correcta, bem formulada e credível para receber os apoios, pois apresentava propostas concretas de programação - o III Encontro Internacional de Torre de Moncorvo e a III Mostra de Teatro de Bragança e os respectivos orçamentos discriminados por verbas\".
Leandro Vale referiu ainda que \"o júri não fundamentou as suas conclusões e a sua decisão, partiu de um pressuposto de facto inexistente, (que era o de aquela candidatura não conter uma proposta concreta) e, mais grave que isso, houve violação da Lei\". Este responsável adiantou que a companhia vai receber os apoios financeiros e que o IPAE \"tem o prazo de 30 dias para resolver a situação\".
Há já 16 anos que o Teatro em Movimento não recebe subsídios e esta é a terceira vez que a companhia recorreu de uma decisão do IPAE. Os outros dois processos em questão ainda não foram despachados e são referentes aos anos de 1998 e 1999.