O Teatro Municipal de Bragança (TMB) vai receber 47 espetáculos até ao final do ano, dois dos quais inseridos em digressões mundiais, detalhou hoje à Lusa o diretor da instituição, João Cunha.

A programação de setembro a dezembro conta com música - da clássica ao hip-hop -, dança e teatro.

A rentreé do TMB começa no sábado, com a sexta edição do Música na Paisagem, que vai levar música clássica às aldeias de Montesinho e Espinhosela, com entrada grátis.

No mesmo dia, a flautista brigantina Mara Sandrina sobe ao palco do TMB com a Banda Filarmónica de Pinela.

Mais artistas locais atuam no TMB, como a fadista Lina, da aldeia de Aveleda, com o já aclamado pela crítica nacional e internacional “Fado Camões”, a 28 de setembro.

Há cinco espetáculos dedicados aos 500 anos de Luís de Camões e outros tantos dedicados aos 50 anos do 25 de Abril. Mantém-se a presença nas escolas, com nove sessões, e a parceria com o Convento São Francisco, em Coimbra, que une artistas emergentes em residências artísticas.

“Glimmer”, que junta os Micro Audio Waves e Rui Horta, chega a Bragança a 16 de novembro, numa de cinco datas no país.

O TMB recebe até ao final do ano duas digressões mundiais: o premiado “André y Dorine”, dos bascos Kulunka Teatro, e a “Grande Suíte de Natal” do Ballet Clássico de Cuba e direção artística de Laura Alonso, que junta “A Bela Adormecida”, “O Lago dos Cisnes” e “O Quebra-Nozes” num espetáculo com uma data única em Portugal.

Este ano, o TMB já recebeu mais de 18 mil espectadores este ano e, pela primeira vez na sua história, esgotou lotação durante um mês inteiro, segundo João Cunha.

“No ano em que comemoramos os 20 anos, o TMB já ultrapassou os 18 mil espectadores em sete meses de programação [de janeiro a julho]. Faltam ainda quatro e já ultrapassámos aquela que era a nossa meta anual. Temos uma taxa de ocupação de sala de 88,3%. […] Em julho conseguimos algo inédito, que foi ter uma taxa de ocupação de sala de 100%”, destacou João Cunha, partilhando que estes números “enchem de orgulho e ânimo” o TMB.

Dados relevantes para um chamado “teatro de periferia”, enfatizou João Cunha, que recebeu a Lusa na sala principal do espaço cultural que abre portas às quartas, quintas e sábados.

Além dos nacionais, há estrangeiros entre a assistência, como espanhóis, de Zamora ou Salamanca, especialmente em digressões mundiais, “que provavelmente não passam tão perto” destas cidades, explicou João Cunha.

A música erudita já trouxe pessoas da Alemanha, Itália, França ou Suíça, que vêm atrás das orquestras e solistas do momento, disse ainda o diretor.

Neste setor, destaque para o Bragança Classic Fest, que está de regresso de 01 a 12 de outubro, espalhado pelo TMB, Igreja de Santa Maria e Igreja de São Francisco, com a Orquestra Sinfónica de Paris, a Orquestra Barroca de Veneza e uma homenagem a António Victorino d’Almeida, a assinalar os 70 anos de carreira.

“Quem vem, aproveita também para visitar o nosso território. É turismo cultural. Ficam mais uns dias para conhecerem a nossa região, o que é muito salutar”, considerou João Cunha.



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