A cobra dentro do cano é já o tema do verão em Sortes, aldeia de Bragança. O inusitado do assunto rivaliza na guerra de audiências com as fofocas locais e as telenovelas.
Diz quem viu que «nem queria acreditar», conta Olinda Damião, a dona do café da aldeia, localizado em frente à casa de Maria Santos, onde a falta de água durante três dias levou o piquete da Câmara de Bragança à aldeia para indagar do problema.
«Desde quinta-feira que estavam sem água. Como não havia anomalias no contador, avisei a Câmara para virem tratar do assunto», explicou Juvêncio Carvalho, o autarca de Sortes. Já no local, o piquete verificou que a origem da falta de água era um tubo entupido, a cinco metros da casa de Maria Santos.
«Como não conseguiam desentupir a tubagem, os funcionários decidiram cortar o tubo e ficaram pasmados quando encontraram a cobra toda enrolada e já a desfazer-se dentro do cano», recordou Olinda Damião, que confessa ter ficado «muito enojada».
A residência de Maria Santos está localizada a cerca de 600 metros da mãe-d água que serve a freguesia, numa zona alta da aldeia. A água desce por gravidade. O presidente da Junta garante que o depósito está resguardado e fechado.
Juvêncio não imagina por onde terá entrado o animal. «Eu não vi a cobra, não sei se era preta ou branca», diz Juvêncio Carvalho. Só sabe que «a água é tratada e é própria para consumo».
O vice-presidente da Câmara, Rui Caseiro, também não tem explicação para o sucedido e garante que a água é tratada e analisada com a periodicidade recomendada pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos.
Já ao povo não faltam sentenças: uns dizem que era cobra de água; outros, que era de terra. Concordam todos, porém, que foi «um nojo».