D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real, considera que o actual Papa é um «teólogo sereno, chamado a reconstruir o homem e a cultura na época do relativismo».
Num texto publicado no semanário \"A Voz de Trás-os-Montes\", por ocasião do 80.º aniversário natalício de Bento XVI, o prelado passa em revista a vida de Joseph Ratzinger, frisando que ele se tornou, desde a juventude, \"um teólogo brilhante, a «estrela», e foi professor universitário em várias Universidades (Munique, Bona, Munster, Tubingen)\".

\"Manteve sempre uma vida discreta e uma sensibilidade humana e artística, ele que em jovem até pensara dedicar-se à pintura\", lembra.

D. Joaquim Gonçalves diz sobre o Papa que \"tendo vivido o Concílio por dentro, capta facilmente os seus desvios\". \"O ambiente de laicismo prejudicou a assimilação da doutrina conciliar e a muitos documentos foi retirada a referência fundamental ao mistério de Deus\", lamenta.

O Bispo de Vila Real considera que \"ter uma fé sólida, de acordo com a doutrina da Igreja, é hoje etiquetado como fundamentalismo, enquanto que o relativismo, o deixar-se levar por qualquer onda de doutrina, aparece como único modelo de actualidade». Por isso, o mundo calou-se perante a eleição de Bento XVI\".

\"Compreende-se assim o lugar que Bento XVI vem a dar ao diálogo da razão e da fé quer no mundo ocidental quer em relação com os muçulmanos: sem fé cairemos na ditadura positivista da técnica ocidental, e sem reflexão adulta cairemos no sentimentalismo e fanatismo religioso. Em ambos os casos será sempre a pessoa humana a pagar a factura\", alerta.



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