Chaves possui recursos geológicos que poderiam ser «mais aproveitados», defenderam, ontem, durante um seminário, no âmbito da Agenda 21 local, dois professores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), propondo, por exemplo, a criação de um circuito turístico das águas minerais do concelho ou um maior aproveitamento do calor proveniente das águas que brotam nas termas de Chaves.
Com uma temperatura na ordem dos 66 graus centígrados, estas águas são as mais quentes de todo o país. No entanto, neste momento, o seu aproveitamento geotérmico fica-se pelo aquecimento das piscinas municipais e de uma unidade hoteleira.
O professor Alcino Oliveira, da UTAD, acredita, contudo, que se \"poderia tirar partido\" deste calor a nível da produção agrícola e piscícola. \"Porque não aproveitá-lo para produzir frutos exóticos, como está a acontecer em São Pedro do Sul? Ou para a produção de marisco? Um turista poderia vir a Chaves comer marisco transmontano e, de sobremesa, fruta exótica de Trás-os-Montes\", observou Alcino Oliveira.
Ao que o JN conseguiu apurar, uma empresa terá, há já alguns anos, contactado a autarquia no sentido de fazer o aproveitamento desse calor para a produção de marisco. Nessa altura, ter-lhe-ão, inclusivamente, sido fornecidos todos os elementos relativos às características da água.
No entanto, a firma acabaria por não avançar. \"Isto são apenas ideias, é claro que carecem de estudos de mercado\", frisou, ao JN, Alcino Oliveira, para quem a conclusão do IP3 poderá ter um papel importante no que diz respeito à exploração e consequente escoamento dos recursos do concelho.
Quanto às águas minerais frias, o concelho também está aquém das suas possibilidades. Apesar de estar em estudo há vários anos, as águas minerais que brotam na aldeia de Vilarelho da Raia continuam por explorar comercialmente.