O trabalho dos mergulhadores no rio Douro, em Lamego, foi hoje dado como terminado, depois de recuperados destroços do helicóptero como o rotor de cauda, considerado importante para a investigação às causas do acidente.

O comandante da Polícia Marítima do Norte, Rui Silva Lampreia, afirmou aos jornalistas que, depois do sucesso conseguido na recuperação de destroços, as buscas no rio, na zona onde caiu a aeronave na sexta-feira, foram dadas como terminadas.

A bordo, aquando do acidente que aconteceu em Samodães, concelho de Lamego (Viseu), seguiam cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) da GNR, que perderam a vida, e o piloto, o único sobrevivente.

Durante a manhã de hoje procedeu-se à retirada da cauda do helicóptero do fundo do leito do rio, a qual foi transportada por uma embarcação com grua para o cais fluvial de Lamego e, daí, para o hangar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), no aeródromo de Viseu.

“Retirámos diverso material que pertencia à aeronave, incluindo a cauda. Constatámos que a cauda está praticamente intacta, tem o rotor e, portanto, temos esse elemento que será importante para as perícias que vão ser feitas”, realçou Silva Lampreia, que coordenou a operação de socorro e de buscas no Douro.

Ficou por recuperar outra peça considerada importante, designadamente o computador de navegação que tem o tamanho de um ‘tablet’.

“Não obstante ser importante para a as perícias que têm de ser feitas, acreditamos que, neste momento, todo o material que foi retirado do fundo do rio será suficiente para se tentar apurar as causas que estão na origem neste trágico acidente”, referiu.

Pelas características que este pequeno computador tem, segundo o comandante, “não seria muito fácil encontrá-lo no fundo do rio, porque tem uma morfologia irregular e muita vegetação”.

“E não sabemos como se encontra, poderá ter ficado totalmente destruído”, apontou.

Silva Lampreia concluiu que foram recuperados do rio todos os elementos possíveis de recuperar.

“Nós fizemos um batimento do fundo com muito rigor e todos os componentes e destroços que lá se encontravam passaram por nós, foram retirados e o conjunto desses destroços, em princípio, será suficiente para se poder apurar as causas”, frisou.

O impacto do helicóptero no rio foi de forte violência e, em consequência, a aeronave partiu-se em duas partes. No sábado já tinha sido recuperada parte da cabine e hoje foi retirada a cauda.

“Isso é visível, até pelo vídeo que anda a circular nas redes sociais. Vê-se claramente que foi um impacto de violência, como também foi dito por algumas testemunhas que assistiram ao embate”, referiu o comandante.

A circulação de barcos turísticos e de recreio regressou à normalidade naquela zona do rio, entre Lamego e o Peso da Régua (Vila Real).

No sábado, o organismo responsável pela investigação à queda do helicóptero de combate a incêndios no rio Douro, o GPIAAF, disse já ter ouvido o piloto e testemunhas e concluído “o essencial da fase de trabalhos de campo”.

Disse ainda que tenciona publicar, até ao final do dia de hoje, uma nota informativa dando conta das constatações iniciais e do caminho a prosseguir pela investigação.

O helicóptero acidentado, do modelo AS350 – Écureuil, era operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve, e o acidente aconteceu quando regressava ao Centro de Meios Aéreos de Armamar.




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