O Ministério do Ambiente espanhol deu luz verde à elaboração de um Estudo Impacto Ambiental (EIA) com vista à construção de uma central termoeléctrica combinada, numa área muito próxima do Parque Natural das Arribas do Douro (PNAD) português. Caso venha a ser construída, a central térmicoeléctrica terá uma potência estimada em 850 megawatts, o que fará dela a maior do género no país vizinho.
A construção daquela central está projectada para a província de Zamora, na área compreendida entre a barragem de Vilalcampo e o PNAD.
De recordar que os espanhóis já tiveram a intenção de construir uma outra central, mas nuclear, em Sayago, igualmente junto à fronteira com Portugal e que levantou muita contestação de ambos os lados, especialmente, de ambientalistas.
O projecto terá um prazo de execução de 30 meses e custará cerca de 250 milhões de euros, sendo a iniciativa do grupo Iberdrola. Maral de Sayago é uma das menos povoadas zonas da região zamorana, com cerca de 350 habitantes, apenas.
Face à nova aposta espanhola junto à fronteira, os presidentes das câmaras dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Freixo de Espada à Cinta já demonstraram \"preocupação\" e solicitaram ao governo provincial mais informações sobre o projecto.
Manuel Rodrigo, autarca de Miranda do Douro, garantiu que, quando se toma uma medida como aquela \"as populações abrangidas têm que ficar preocupadas, devido aos problemas ambientais e ecológicos que pode trazer para o concelho e para a região\".
\"Se os espanhóis dizem que a construção pode trazer benefícios para a região, pois muito bem, mas terá de haver garantias de que não traz problemas ecológicos e de saúde para as populações, caso contrário, estaremos na primeira linha para combater a instalação da central termoeléctrica junto às nossas fronteiras\", salientou o edil.
Edgar Gata, presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, disse ter ficardo \"mais aliviado\", já que o projecto da central nuclear pode ter sido abandonado, \"e que era mais perigoso para toda a região fronteiriça\".
Outra opinião tem a representação dos Industriais de Zamora, que garante que a construção da central termoeléctrica trará \"benefícios económicos profundos para a região abrangida\".
As opiniões dos autarcas em Espanha divide-se. Enquanto o alcaide de Moral de Sayago está de acordo com a construção, já o de Moralina, localidade vizinha, está completamente contra.
