A corporação dos bombeiros da Cruz Banca, em Vila Real, está a testar a cada cinco dias os operacionais que estão na linha da frente, uma medida de prevenção contra a covid-19 que se prolonga até à vacinação.

“Não é uma despesa, é um investimento que fazemos na saúde quer dos nossos operacionais, quer das pessoas que servimos e isso, para nós, é o mais importante neste momento”, afirmou hoje António Graça, presidente daquela associação humanitária.

Numa fase em que os números de casos de infeção pelo novo coronavírus aumentaram em todo o país, a Cruz Branca decidiu fazer um rastreio, de cinco em cinco dias, a cerca de 40 operacionais que estão na linha da frente e estão mais expostos a riscos.

São eles, especificou António Graça, operadores de central, tripulação das ambulâncias, motoristas e bombeiros que diariamente têm que permanecer no quartel.

O prazo de cinco dias está relacionado com a período de incubação do vírus e os testes, antigénio e rápidos, são feitos com a colaboração dos oito enfermeiros que fazem parte do corpo ativo.

O comandante da Cruz Branca, Orlando Matos, referiu que há duas semanas houve “um susto” na corporação, com seis operacionais que terão sido infetados em contexto familiar.

“Somos um corpo de bombeiros com muita atividade e os operacionais andavam apreensivos com essa situação”, sustentou.

Foi o mote para a implementação de um processo que já estava a ser pensado há algum tempo e, assim, "há uma maior segurança" quer para os operacionais, quer para as suas famílias, como para os utentes que transportam.

Desde março, foram 16 os bombeiros da Cruz branca que testaram positivo ao novo coronavírus.

António Graça apontou ainda o apoio financeiro concedido pela câmara e da junta de freguesia de Vila Real para a concretização desta iniciativa.

A testagem regular repete-se no sábado e manter-se-á até à administração da segunda dose da vacina.

Orlando Matos referiu ter a indicação que a primeira fase da vacinação contra a covid-19 para os bombeiros poderá arrancar na próxima semana e adiantou que, nesta corporação, deverão ser vacinados 76 operacionais dos 140 que integram o corpo ativo.

Para prevenir situações de indisponibilidade dos operacionais, devido a sintomas que possam surgir nomeadamente com a segunda dose da vacina, o processo de vacinação deverá ocorrer de forma desfasada e não incluir todos os bombeiros ao mesmo tempo.

Orlando Matos referiu que, em consequência da pandemia, houve necessidade de reforçar o número de elementos e aumentou também o tempo necessário para a realização das tarefas de forma a serem cumpridos todos os procedimentos de segurança.

Isto porque, por exemplo, em cada veículo só pode ser transportado um utente de cada vez e, após cada serviço, a ambulância tem de ser descontaminada, bem com os operacionais.

Na terça-feira, o concelho de Vila Real contabilizava 244 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus.

PLI // JAP Lusa



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