O piloto português Tiago Monteiro (Honda) disse hoje ter ficado “muito frustrado” por não ter passado à segunda fase da qualificação da etapa portuguesa da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR).

“É muito, muito frustrante. Viemos de forma pessimista mas as condições mostraram que parecia possível passar à Q2. É morrer na praia”, sublinhou Tiago Monteiro, após a sessão de qualificação da 51.ª edição do Circuito Internacional de Vila Real, em que terminou na 13.ª posição.

O piloto da Honda ficou a 0,042 segundos do 12.º classificado. À fase seguinte, a Q2, passavam os 12 mais rápidos.

“Chegámos aqui com algum pessimismo e afinal conseguimos pensar que era possível ir à Q2. Ficar a quatro centésimos da Q2 foi muito frustrante. Dei o máximo que podia”, disse Tiago Monteiro.

O piloto portuense explicou que a presença na fase seguinte “podia ajudar”, pois permitiria ganhar “mais ritmo e confiança”.

Esta tem sido uma temporada particularmente difícil para o piloto luso, que tinha um 15.º lugar em Pau (França) como melhor resultado em qualificação nas três provas já disputadas (a da Alemanha foi cancelada por razões de segurança).

“O que fez a evolução [em termos de resultados] foi a pista. Aqui, o piloto consegue fazer mais a diferença. Numa pista normal, todos os pilotos conseguem extrair o máximo do carro e estamos limitados. Quando existem 16 ou 17 pilotos profissionais, as diferenças são pequenas e aproveitamos o que o carro dá”, explicou.

Já na pista vilarrealense, “a confiança do piloto pode fazer diferenças”.

“Nos outros anos fez sempre. Este ano, tentei tudo por tudo, mas não foi suficiente. A minha terceira volta até não foi má, mas faltou um bocadinho. Não estou desiludido com a volta em si, mas havia mais [tempo que podia ganhar]. À vontade, duas décimas de segundo, se estivesse tudo bem afinado. É daquelas voltas em que sentes que não foi tudo perfeito, havia um bocadinho mais”, sublinhou Monteiro.

O piloto luso recordou que em Vila Real já teve “tantas boas memórias”, que “um dia tinha de ser mais difícil e é o que está a acontecer, à semelhança do que tem sido o resto do ano”.

“Como é óbvio, não vou desistir, vamos lutar até ao final e, se a chuva ajudar, nunca se sabe o que pode acontecer”, disse.

Tiago Monteiro explicou que o Honda Civic se dá bem com a chuva.

“O nosso carro sempre foi bom à chuva e, aí, o peso não é tão penalizador. Pode ser uma pequena vantagem para nós, apesar de nunca termos feito uma sessão à chuva aqui em Vila Real. Depende de quando chega a chuva, se antes ou durante a corrida”, apontou.

Saindo da 13.ª posição para as duas corridas de domingo, Tiago Monteiro admite que será difícil conseguir um bom resultado.

“Numa pista destas sabemos que é muito difícil ultrapassar. Os carros estão todos muito juntinhos uns dos outros. Temos a joker lap [alternativa, mais rápida, que os pilotos podem usar uma vez para tentar ganhar posições], que temos de aproveitar muito bem. A partida também vai ser importante e vamos atacar ao máximo até ao final”, frisou.

O piloto português explicou ainda que as dificuldades sentidas esta temporada, a 16.ª em que participa no campeonato, se devem ao peso extra imposto pelos regulamentos aos carros Honda, que levam 60 quilos extra de lastro, como forma que a organização definiu para equilibrar rendimentos.

“Principalmente, sentimos falta de potência, mas muito devido ao peso extra que os regulamentos nos dão. A performance da outra equipa Honda [Münnich] deu-nos o lastro máximo de penalização. As outras equipas vão gerindo o seu desempenho, para não serem penalizados e nós continuarmos a ser os mais pesados”, explicou.

Este ano, o peso extra é definido pela média dos resultados em qualificação das duas rondas anteriores.

No domingo, disputam-se as duas corridas. A primeira às 13:10 e a segunda às 17:15.

Foto: Bruno Taveira



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