Tiago Rodrigues nasceu na Amadora, em 1977, mas a sua família, os seus pais são de Torre de Moncorvo, onde habitualmente passa ferias, é, portanto, mais um premiado com costela transmontana. Quando os caretos de Podence foram recebidos pelo primeiro Ministro no 25 de abril, fez questão de ir cumprimentar a comitiva.
É o mais jovem galardoado depois da cientista Maria Manuel Mota, que recebeu o prémio com a mesma idade.
O ator, dramaturgo, encenador e produtor, diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II é o 33.º vencedor do Prémio Pessoa, uma iniciativa do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos. Tiago Rodrigues tem 42 anos. É o segundo mais jovem galardoado.
O ator e encenador Miguel Loureiro aplaudiu hoje a atribuição do Prémio Pessoa 2019 a Tiago Rodrigues, considerando-o "um raio de luz num panorama que estava um bocado estagnado".
"OTiago Rodrigues é um emblema: é vivo, ativo, acolhedor e atento para com os outros criadores, e tem um trabalho estimulante", disse à agência Lusa o Miguel Loureiro, do coletivo Primeiros Sintomas.
O ator, encenador e diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues, 42 anos, foi hoje anunciado, em Seteais, como vencedor do Prémio Pessoa 2019.
"Fico muito contente que o Prémio Camões tenha sido atribuído a alguém muito talentoso, de uma geração mais jovem de criadores, e que tenha sido na área do teatro", disse Miguel Loureiro, que começou a trabalhar com Tiago Rodrigues quando o dramaturgo foi indigitado para a direção do Teatro Nacional D. Maria II.
"Numa altura em que estamos mais uma vez preocupados com o Orçamento do Estado para o próximo ano e [com] as verbas para a cultura, sobretudo para as artes, é muito importante esta decisão do júri", comentou.
Para Miguel Loureiro, a entrada de Tiago Rodrigues no Teatro Nacional "foi decisiva para abrir as portas [do D. Maria] a novos criadores", de todo o país.
Para justificar a atribuição, o júri disse que quis consagrar "uma carreira de excecional projeção dentro e fora do país, mas também reconhecer um contributo notável para o desenvolvimento do campo das Artes Performativas portuguesas", como afirmou hoje o presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão, citando a ata da reunião dos jurados deste ano.
Tiago Rodrigues, é o 33.º Prémio Pessoa e o segundo mais novo de sempre, depois da investigadora Maria Manuel Mota, Prémio Pessoa de 2013.
O ator e encenador começou por se destacar no panorama artístico português quando foi cofundador do projeto Mundo Perfeito, com o qual apresentou mais de trinta produções, quer em Portugal, quer em alguns dos mais importantes festivais e temporadas na Europa, no Brasil e nos Estados Unidos.
Trabalhou com criadores de várias áreas, como o coreógrafo Rui Horta e os cineastas Tiago Guedes, João Canijo, Bruno de Almeida e Marco Martins, e foi autor do guião da série televisiva "Noite Sangrenta".
Considerou o júri que, em 2014, com a nomeação para o cargo de diretor do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues "lançou um ambicioso projeto de internacionalização daquela instituição, à qual imprimiu um novo dinamismo desde logo reconhecido pela crítica e pelo público".
Também destacou "a intensa atividade pedagógica", bem como "uma forte dimensão comunitária" da sua intervenção, "estando, nomeadamente, associado a projetos de natureza social envolvendo jovens e seniores".
Tiago Rodrigues recebeu anteriormente outros prémios e distinções nacionais e internacionais, nomeadamente o Prémio Europa de Teatro de 2018, o grau de Chevalier des Arts et Lettres pela República Francesa e o prémio da Associação Profissional da crítica francesa para a melhor peça do ano.
O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, e visa "representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses".
O júri deste ano foi composto por Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques, com Francisco Pinto Balsemão a presidir e Emílio Rui Vilar enquanto vice-presidente.
Foto: António Pereira