O estudo prévio do prolongamento da Auto-Estrada 4, entre Amarante e Vila Real, propõe quatro soluções de traçado, todas recorrendo a viadutos e túneis, alguns de grande dimensão, para minimizar os impactes ambientais negativos na serra do Marão.
O documento, a que a Agência Lusa teve acesso, começou a chegar às câmaras municipais dos concelhos ligados à nova via, desconhecendo-se ainda a metodologia que o Instituto de Estradas de Portugal (IEP) adoptará - apresentar publicamente as propostas de traçado ou enviar imediatamente o estudo para a fase de consulta pública, a organizar pelo Instituto do Ambiente.
O estudo dos traçados da A4 apresenta quatro soluções, três delas com algumas alternativas, sobretudo no entroncamento com a auto- estrada do Interior Norte (IP3), junto a Vila Real, e na saída do IP4, em Amarante, no actual nó de Padronelo/Larim, saída para a EN101 (Mesão Frio, Baião e Régua).
As propostas da nova A4 estão igualmente a suscitar análises e pareceres técnicos nas autarquias, sendo provável que algumas, como já anunciou a de Amarante, promovam directamente debates com os seus munícipes sobre as opções de traçado da nova auto-estrada, ainda antes da fase de consulta pública de incidência ambiental.
Uma das propostas apresentadas no estudo prévio situa-se a norte do IP4, com um grande túnel - quase seis quilómetros - entre Aboadela e Campeã. As restantes são todas a sul daquele itinerário.
A segunda solução propõe um traçado quase paralelo à actual estrada, pelo menos entre Amarante e a zona da Boavista/Campeã.
A terceira e quarta soluções têm um traçado comum entre a saída do IP4, em Amarante, e a localidade de Carneiro (muito parecido com o do estudo prévio que tinha sido apresentado há três anos para o IC26), onde existirá um nó de ligação com a EN101.
A partir deste ponto, a solução 3 propõe um traçado a norte da serra do Marão em direcção à Boavista/Campeã, local de junção das propostas 2 e 3, enquanto que a proposta 4 sugere um traçado até às proximidades de Mesão Frio, seguindo depois em direcção a Santa Marta de Penaguião e ao aeródromo de Vila Real, local onde será efectuada a intersecção no IP3.
Quanto à quilometragem para vencer a distância entre Amarante e Vila Real, as propostas variam entre os cerca de 30 quilómetros da proposta 1 e os quase 40 quilómetros do traçado que contorna a serra do Marão pelo lado sul.
Pelo menos em Amarante, é a proposta 4 que ganha apoios - será necessário conhecer ainda os impactes ambientais de cada um dos traçados - sobretudo por ter menos consequências físicas sobre os aglomerados populacionais e também por constituir a porta de entrada/saída da região do Douro. A construção da A4 com este traçado acabaria por substituir quase até à Régua o adiado IC26, via do Plano Rodoviário Nacional (PRN) que nunca passou do estudo prévio.
Régua, Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião, bem como os municípios de Resende e Baião, só têm a ganhar com a escolha da proposta 4, se for este o traçado final aprovado pelo Ministério do Ambiente.
O presidente da Câmara de Amarante, Armindo Abreu, considera que o traçado a sul da serra do Marão constitui \"uma boa solução\" para a elevada sinistralidade do IP4, ao mesmo tempo que aproximará a região do Douro de um eixo rodoviário fundamental, cuja importância foi agora reforçada com a decisão de prolongar a A4 entre Vila Real e Bragança.
Diversas fontes consultadas pela Lusa desvalorizam a dezena de quilómetros a mais que implica a construção do traçado a sul do Marão, distância que num percurso de auto-estrada não representa mais do que cinco minutos.
Por outro lado, os túneis propostos nos traçados 1, 2 e 3 para ultrapassar a serra do Marão são de grande extensão (entre cinco e seis quilómetros), com consequências graves ao nível da segurança rodoviária, ao passo que a proposta 4 apresenta túneis de poucas centenas de metros em Bustelo, Carneiro, Teixeira, Teixeiró (o maior de todos, com dois quilómetros) e ainda em Vinhós, Cumieira e sob a pista do aeródromo de Vila Real, antes de entroncar no IP3, já no distrito de Vila Real.
