Depois de dois dias de sossego, o concelho de Chaves voltou, ontem, a viver momentos de tensão, com um incêndio, com várias frentes, a chegar perto de duas localidades. Na aldeia de Torre de Ervedo, valeu o esforço da população que, socorrendo-se de uma cisterna e de um contra-fogo bem sucedido, impediu que as chamas galgassem um estradão e chegassem às primeiras habitações da aldeia, rodeadas de mata e pinhal.

O incêndio começou a meio da manhã, na localidade vizinha Vilela Seca, junto à barragem do Rego do Milho, onde alguns populares surpreenderam um cidadão que fugia perto do sítio onde o fogo deflagrou, e que julgam ter sido o seu autor. Depois de capturado por alguns moradores de Vilela Seca, o homem, natural da Ucrânia, foi levado por uma patrulha da GNR de Chaves para o posto, que temia pela integridade física do indivíduo, dada a ira dos populares.

No entanto, como não se verificou flagrante delito, a suspeita dos populares não era suficiente para a GNR proceder à detenção, mas que acabou por acontecer pelo facto de o imigrante se encontrar em situação ilegal no país, motivo pelo qual deverá ser presente a tribunal amanhã.

Mas, para a população, restam poucas dúvidas de que foi o imigrante que ateou o incêndio. \"Uma pessoa que não tenha feito nada não foge, e ele via-nos aqui, fugia para ali, e via-nos ali, fugia para acolá\", contava Gabriel Nascimento. Segundo Paulo Ferreira, que também ajudou na captura, o indivíduo, com cerca de 40 anos, trazia uma mochila que continha uma sertã, um garrafão de vinho e cebolas. No bolso, tinha uma navalha e um isqueiro.

Centro mais calmo

Num dia em que as chamas começaram a dar mais descanso às corporações de bombeiros no Centro do país (o Plano Especial de Emergência Distrital para Incêndios Florestais, em vigor há quatro dias, no distrito de Coimbra foi desactivado), a Polícia Judiciária prendeu mais dois suspeitos de atearem fogos florestais.

Um deles foi um jovem, de 24 anos, de Mangualde, suspeito de ter ateado um incêndio que interrompeu a circulação rodoviária e ferroviária na zona. Segundo a PJ, o suspeito não tem antecedentes criminais e terá agido por motivações fúteis, por se encontrar \"desiludido com a situação pessoal\". As chamas foram ateadas com recurso a um isqueiro.

Entretanto, foi detido outro homem suspeito de ser o responsável pela perda, num incêndio, de cerca de 50 hectares de floresta, no lugar dos Barreiros, na freguesia dos Anjos, Vieira do Minho. Aquele incêndio começou no passado sábado e durou três dias.



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