A UTAD criou o Observatório do Percurso Profissional dos seus Diplomados, vocacionado para acompanhar a atividade profissional dos antigos estudantes da instituição, tendo publicado um relatório com os resultados sobre a sua inserção no mercado de trabalho no período de 2003-2007.

Este período de análise está a ser ampliado aos anos mais recentes, numa estratégia articulada com o gabinete Alumni UTAD, visando reunir informação adicional para apoiar a definição de futuras políticas e estratégias educativas.
O universo de inquiridos incluiu os diplomados na UTAD no período compreendido de 2003 a 2007, num total de 4293. O inquérito agrupou os inquiridos em oito áreas científicas, designadamente: Ciências Agrárias e Veterinárias, Ciências Sociais e Serviços, Ciências Empresariais, Ciências da Educação, Ciências da Vida, Ciências do Ambiente, Ciências do Desporto e Ciências e Tecnologia, tendo sido validadas 25%. Quanto à área geográfica de residência, 69% dos diplomados inquiridos reside na Região Norte do País, sendo que 25% em Vila Real, 22% no Porto e 13% em Braga.
Em termos médios, a taxa de empregabilidade dos diplomados continua a ser elevada (87%), embora se tenha registado um decréscimo de 4% em relação ao anterior quadriénio. Os valores mais elevados (superiores a 90%) registam-se nas Ciências e Tecnologia e Ciências Empresariais. O estudo comprova que a maioria dos diplomados desenvolve a sua atividade profissional na Região Norte, exercendo funções na atual empresa há mais de um ano 65% dos inquiridos, predominantemente no setor privado. Contudo, o exercício de funções em órgãos de administração pública central e regional predomina nas Ciências da Educação, Ciências da Vida e Ciências do Desporto.
Quanto ao tipo de vínculo estabelecido com as entidades empregadoras predomina contrato permanente nas Ciências Agrárias e Veterinárias, Ciências Empresarias e Ciências e Tecnologias, embora se registe um aumento de 13 % dos contratos a prazo em relação ao anterior quadriénio de 1997-2002. Nas Ciências Agrárias e Veterinárias a criação do próprio emprego assume maior relevância em relação às outras áreas.
Os resultados mostram que continua a existir uma relação estreita entre as funções desempenhadas no emprego e a formação adquirida no curso em todas as áreas em estudo, sendo que em certos casos as funções que exercem actualmente poderiam ser desempenhadas por diplomados com formação noutras áreas e mesmo com formação académica inferior.
Quanto ao grau de satisfação com o atual emprego, os diplomados apontam como fatores de maior grau de satisfação, o ambiente socioprofissional (88%), a realização profissional (82%) e o horário laboral (81%), sendo a estabilidade (41%), as perspetivas de progressão na carreira profissional (51%) e de melhoria salarial (53%) os fatores que apresentam maior grau de insatisfação. Os resultados mostram que 20% dos inquiridos mantém outras actividades profissionais paralelas ao seu actual emprego, em particular, na área das Ciências do Desporto, fato que não ocorria no anterior relatório.
No caso dos desempregados, regista-se que a situação se verifica há menos de um ano em 79% dos inquiridos, sendo que 17% estão em situação de procura do primeiro emprego. Os inquiridos expressam a reduzida oferta de emprego (60%) e o excesso de diplomados na área (58%) como fatores que dificultam a obtenção de emprego.
Quanto ao primeiro emprego, 85% dos inquiridos referem que a inserção no mercado de trabalho se concretizou até um ano após a conclusão do curso e 18% iniciou a atividade profissional antes da conclusão do curso. O conhecimento da possibilidade de emprego surgiu através do recurso a conhecimentos pessoais, concursos públicos, resposta a anúncios e de candidaturas espontâneas.
A atividade do Gabinete de Inserção na Vida Ativa (GAIVA) começa a ter alguma expressão, em particular nas Ciências Agrárias e Veterinárias, Ciências da Educação e Ciências Tecnologias. Cerca de 45% dos inquiridos manifesta não sentir grande dificuldade na obtenção do seu emprego, apontando a falta de experiência profissional e de emprego em geral como fatores desfavoráveis. Relativamente aos fatores favoráveis, os inquiridos referem o bom relacionamento social e a sua boa preparação, continuando os estágios e a nota final de curso a assumir particular relevância neste domínio.
Do total de inquiridos 9% criou a sua própria empresa,31% dos quais em Vila Real e 28% no Porto na área dos serviços (59%), sendo empresas com menos de 10 trabalhadores. Como fatores que levaram à criação da própria empresa, os inquiridos apontam a realização profissional (56%) ou a concretização de uma ideia inovadora (35%), a independência pessoal (35%) e as perspetivas de melhoria salarial (37%) como determinante na sua opção. Na generalidade, os inquiridos encontram-se recetivos à criação do próprio emprego, mas mostram receio pelo clima económico desfavorável da atualidade e referem que o maior obstáculo para um empreendedor é o investimento inicial.
A maioria dos diplomados ingressou no curso por gosto pessoal (83%), sendo fatores relevantes a localização da UTAD, em particular, nas Ciências Empresariais, Ciências da Educação e Ciências da Vida. As saídas profissionais são fatores que influenciam a escolha do curso nas Ciências Sociais e Serviços, Ciências do Desporto e Ciências e Tecnologia, bem como a média de entrada nas Ciências Ambientais e o prestígio da Universidade nas Ciências Agrárias e Veterinárias.
Mereceram avaliação positiva a formação teórica (92%) e a qualidade pedagógica (90%) e científica (88%) dos cursos. Em contraste, registam-se valores insatisfatórios nos casos do contacto com a realidade exterior (56%) e da divulgação do curso no mercado de trabalho (62%). Metade dos diplomados terminou o Curso no tempo previsto no plano curricular e o contacto com a UTAD após a conclusão do Curso tem sido estabelecido, através do contato com o corpo docente, embora seja de realçar a participação em cursos de formação. O GAIVA continua a ser uma ponte de contato para 8% dos inquiridos. Em matéria de projetos profissionais futuros, 53% dos diplomados encontra-se numa situação estável e pretende manter a situação profissional que possui, sendo a criação da própria empresa o objectivo principal no futuro para 21% dos diplomados.



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