Ana Paula Reis, 41 anos, está desempregada há mais de uma década. Até ficar sem emprego trabalhou mais de um ano numa empresa, onde exercia as funções de empregada de escritório.

Foi despedida e ficou numa situação de desemprego. «Fazia um pouco de tudo: atendia o telefone, organizava a facturação, mas não fazia contabilidade», recordou.

Durante 13 meses recebeu o subsídio de desemprego, depois, este direito social acabou e nunca mais teve um vencimento. Também nunca mais teve ofertas de emprego. Considera que arranjar trabalho em Bragança \"é complicado, e quanto mais a idade avança mais difícil se torna conseguir\", lamenta. O marido é empresário e ela nestes anos dedicou-se à casa e à família. Não fez formação profissional nem aumentou as qualificações. \"Nesta área é difícil arranjar trabalho, há poucas empresas e muitas também têm fechado, as minhas habilitações são poucas, só tenho o 11.º ano, quem tem sorte de ter emprego deve tentar mantê-lo\", referiu.

Ana Paula considera que, volvidos os 40, será ainda mais difícil. \"Com a minha idade já não é fácil, há tantos jovens à procura de trabalho e até têm muitas qualificações, como licenciaturas, as empresas preferem sempre os mais novos\", justificou.

Agora que os filhos cresceram e estão mais autónomos, preocupa-a pensar no que vai fazer durante todo o dia em casa sozinha. \"O meu filho já está na universidade; daqui a dois anos, também a minha filha vai estudar para fora e depois não sei o que vou fazer. Agora ainda ando distraída a levá-la à escola e a trazê-la. Depois não sei\", confessou.



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