Eram meia centena de dinamarqueses e meia dúzia de portugueses. Vindimaram na Quinta da Avessada, em Favaios, Alijó. No lagar, cantaram, dançaram e pisaram. Os bagos de moscatel branco não resistiram a libertar o mosto.

Arribaram de autocarro já o Sol se despedia, oriundos do hotel Solar dos Canavarros, em Sabrosa. \"Este é o segundo grupo que vem da Dinamarca, este ano. Já estão marcados mais quatro para 2009\", anunciou Carlos Vasconcelos, director daquela unidade.

O \"Douro Wine Museum\", a dois passos de Favaios, esperava-os. Mulheres e homens, a maioria com ares de quem já entrou na reforma. Tímidos ao princípio, ganharam ânimo de tesoura numa mão, balde na outra, vinha fora, cortando um cacho aqui, outro ali. Bom de ver que era vindima para turista experimentar. Uma merenda servida no corpo principal do Museu afagou os estÎmagos escandinavos. Aprovaram os vinhos rosé e branco. E muito, a julgar pela correria para o lagar quando dali veio uma voz a pedir ajuda. A timidez inicial esfumara-se.

O lagar, meio de uvas, acolheu tantos pés quantos ali cabiam. E foi um ar que lhes deu, às uvas, tanto ali correram e dançaram ao som da concertina que marcava o ritmo. Ainda nem dez minutos decorridos e o pisar deu lugar ao chapinhar.

Os que pronunciavam algum inglês soltavam \"fantastic\", pela lagarada, bem como pela paisagem do Douro vinhateiro. August Stahl resumia que \"o Norte de Portugal é bem mais interessante que o Sul\". A lisboeta Carminda Ribeiro foi pela primeira vez à região e, não obstante as curvas, \"valeu a pena\". \"Portugal é muito lindo. Não compreendo como há pessoas a viajar pelo mundo sem conhecer a riqueza do Douro\".

Não haverá surpresa se voltarem. \"Desde Fevereiro já recebemos 1500 pessoas neste espaço e ainda nem foi inaugurado\", sorriu Luís Barros.



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