A Unidade Local de Saúde do Nordeste e o Centro Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro estão entre as 20 entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que irão passar a ter, no próximo ano, uma valência de hospitalização domiciliária, permitindo aos doentes que estariam internados recuperar de uma doença aguda em casa, mas recebendo cuidados hospitalares.
O compromisso nesse sentido foi assinado ontem, dia 03 de outubro, pelo Presidente do Conselho de Administração da ULS Nordeste, Dr. Carlos Vaz, e pelo Centro Hospitar de Trás-os-Montes na cerimónia de apresentação da Estratégia Nacional para a Hospitalização Domiciliária, que decorreu em Lisboa, promovida pelo Ministério da Saúde.
A hospitalização domiciliária é uma prática recente em Portugal e está apenas desenvolvida em pleno num hospital, o Hospital Garcia de Orta, que foi o primeiro em Portugal a ter uma unidade de hospitalização domiciliária, um modelo usado em vários países e que traz vantagens, como evitar infeções hospitalares multirresistentes ou reduzir os custos de internamento.
Alternativa ao internamento convencional
De acordo com o Ministério da Saúde, a hospitalização domiciliária, enquanto modelo de prestação de cuidados em casa, afigura-se como uma alternativa ao internamento convencional, proporcionando assistência contínua e coordenada aos cidadãos que, requerendo admissão hospitalar para internamento, cumpram um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem a sua hospitalização no domicílio, sob a responsabilidade dos profissionais de saúde que constituam uma Unidade de Hospitalização Domiciliária, com a concordância do cidadão e da família.
Genericamente, a hospitalização domiciliária servirá como uma alternativa ao internamento convencional, mas com assistência contínua, que permite reduzir complicações e infeções hospitalares, além de permitir gerir melhor as camas disponíveis para o tratamento de doentes agudos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Este modelo de assistência é diferente do apoio social no domicílio que já existe no SNS, uma vez que incide sobre a fase aguda de uma doença ou sobre a agudização da doença crónica.