As organizações de proprietários florestais queixaram-se hoje de que "nenhuma candidatura" para investimento na floresta foi aprovada em Trás-os-Montes e Alto Douro no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural, uma situação que classificaram "como inaceitável".
Oito organizações de proprietários florestais da região de Trás-os-Montes e Alto Douro reuniram-se, em Murça, para apreciarem a situação do PDR 2020 relativa à operação 8.1.5 com vista à melhoria da resiliência e do valor ambiental das florestas.
Numa carta aberta enviado hoje aos órgãos de comunicação social, estas entidades queixaram-se de que a região de Trás-os-Montes e Alto Douro ficou "sem apoios ao investimento na floresta".
Segundo informaram, "nenhuma candidatura" foi aprovada neste território.
Acrescentaram ainda que "apenas seis de 234 candidaturas" submetidas na região Norte foram aprovadas e que o apoio público atribuído para o investimento na floresta em todo o Norte foi de "apenas 475 mil euros".
"Esta situação, independentemente das opções de gestão do programa PDR 2020 que a originam, é inaceitável qualquer que seja a abordagem que se considere", salientaram.
Do ponto de vista florestal, as organizações florestais consideram que "é inadmissível que a região fique mais uma vez sem apoios ao investimento na melhoria e salvaguarda da sua floresta".
"Também politicamente é incompreensível como se permite uma gestão do programa de incentivos ao investimento na floresta produzir resultados tão absurdos pelo desequilíbrio territorial que manifestam", acrescentaram.
As organizações de proprietários florestais de Trás-os-Montes e Alto Douro "recusam-se a aceitar que tal se possa concretizar" e reclamaram do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural a "imediata apreciação da situação e medidas no sentido de a corrigir".
"E, principalmente, que permita que as candidaturas da região Norte, que representam intenções de investimento de quase 22 milhões de euros, se venham de facto a concretizar", concluíram.
A carta aberta foi subscrita pela Associação Florestal do Vale do Douro Norte (Aflodounorte), Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), a Associação Agroflorestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana (ARBOREA), o Centro de Gestão Agrícola Terra Viva, o Centro de Gestão da Empresa Agrícola do Marão, o Centro de Gestão da Empresa Agrícola do Vale do Tua, a IbericAgroflorest e a Silvidouro.
Foto: Maria Augusta Pinto