A região de Trás-os-Montes está entre as que apresentaram mais candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural, «rivalizando» com Ribatejo e Alentejo. Outra novidade é o crescimento dos projectos apresentados por jovens.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, até agora foram apresentadas candidaturas que representam um investimento total de 1892 milhões de euros. Destes, 309 milhões reportam-se aos chamados projectos de impacto relevante. \\\"Até final do mês estarão aprovados mil milhões de euros\\\", assegurou ao JN o ministro Jaime Silva.

Por regiões, Trás-os-Montes cresceu e apresenta intenções de investimento a par do Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo, tradicionalmente mais fortes no sector agrícola. O Centro, pelo contrário, tem estado mais adormecido e o ministro lembra haver uma \\\"responsabilidade de dinamização\\\" dos directores regionais, que \\\"não podem estar sentados num balcão de observação\\\".

O futuro dirá se irão manter-se no terreno jovens particularmente atraídos pela agricultura biológica. São 1329 as candidaturas de jovens, 871 das quais ao investimento, representando uma fatia de 174 milhões de euros. São tantos, acentua Jaime Silva, como em todo o período do quadro comunitário anterior. Salienta ainda que \\\"metade têm formação de nível técnico-profissional ou licenciatura, o que dá garantias de aposta na inovação\\\".

Os jovens agricultores recebem, à cabeça, um prémio de instalação de 40 mil euros. Mas também as regras do jogo mudaram: têm de se manter em campo, com acompanhamento do Ministério, durante pelo menos cinco anos.

Olivicultura, produção de uva de mesa, produção e transformação de cogumelos e avicultura são as áreas com maior volume de investimento nos projectos de impacto relevante - com valores que oscilam entre três e 94 milhões de euros por candidatura.

Vila Real, Bragança e Guimarães são alguns dos locais abrangidos por um dos projectos considerados mais inovadores. Integra várias unidades de produção e transformação de cogumelos, com rede de exportação igualmente montada.

Rodeado, nas últimas semanas, por um \\\"coro de críticas\\\" sobre os atrasos na distribuição de apoios - tendo também o presidente da República, na mensagem de Ano Novo, dirigido uma palavra aos agricultores que foi lida como crítica à actuação do ministro -, Jaime Silva recusa a leitura de que o investimento na agricultura esteja parado.

Já foi à Assembleia da República mostrar o montante de 425,7 milhões de euros pagos, no âmbito do PRODER, no ano passado, abrangendo 237 079 beneficiários. Além do investimento (que absorveu 173,5 milhões), o programa abrange as indemnizações compensatórias para pequenos agricultores, medidas agro-ambientais, ajuda às raças autóctones e Grupos de Acção Local do programa Leader.

Para justificar o atraso na aprovação de projectos, Jaime Silva ironiza ter tido a \\\"imprudência política\\\" de prolongar as candidaturas até 30 de Janeiro devido ao facto de inicialmente haver uma grande percentagem de candidaturas recusadas. Na primeira fase de recepção, até Agosto, a taxa de reprovações foi de 70%. \\\"Como verificámos que na maioria dos casos as reprovações se deviam a razões técnicas e os projectos podiam ser reformulados, quisemos dar essa oportunidade\\\".



PARTILHAR:

Freguesia semi-urbana de Vila Real

Por decisão da Protecção Civil