Até ao final do ano, o Teatro de Vila Real promove e co-produz três criações originais feitas na cidade e com estreia absoluta na casa de espectáculos vila-realense.

A 24 e 25 de Novembro é apresentada a peça 'Clarão', pela Circolando, uma produção de dança-teatro contemporâneo que parte do imaginário ligado ao santuário de Panóias e envolve algumas dezenas de pessoas da comunidade.

Entre os dias 29 e 30 do mesmo mês, Ángel Fragua, actor da companhia Peripécia, estreia a sua segunda produção em nome próprio, 'Anjo', interpretada pela actriz Teresa Arcanjo.

A fechar o ano, a 28 e 29 de Dezembro, é estreada a primeira criação de um novo projecto transmontano, o TEN - Teatro Experimental do Nordeste, desde o início acarinhado pelo Teatro de Vila Real.

Um novo projecto na área do teatro, também de criação transmontana, está a dar os primeiros passos para estrear em Fevereiro, contando com novidades brevemente.

 

‘CLARÃO’

André Braga e Cláudia Figueiredo / Circolando

A partir do Serapeum (Santuário) de Panóias

 

«Projecto integrante do programa Algures a Nordeste, Clarão resulta do convite dos Teatros Municipais de Vila Real e Bragança para criarmos um espectáculo que, tomando por ponto de partida o universo e pistas que encontrarmos em Panóias, desenvolva uma reflexão mais alargada sobre a ideia de ritual e comunhão com a terra.

Nos arredores de Vila Real, o complexo de Panóias é um intrigante espaço ligado aos inícios do sagrado, quando as grandes fragas e os grandes montes, como o Marânus, eram adorados como deuses. Templo depois dedicado aos deuses severos e a Serápis, divindade sincrética que funde em si vários deuses, fica associado aos mistérios do mundo subterrâneo e da vegetação. A cosmogonia do Antigo Egipto e seus mitos sobre a regeneração da luz, um outro curioso mundo evocado.

Interessa-nos muito aprofundar este tempo dos princípios dos deuses, a era panteísta em que havia uma identificação de deus com as forças da natureza. Interessa-nos um universo nocturno, de medos e desconhecidos avassaladores. Interessam-nos os rituais de transe, iniciação, purificação, o convite à “ultrapassagem dos seus próprios limites à procura do limiar”.

O projecto terá uma forte dimensão transdisciplinar, querendo-se desenvolver um trabalho que assenta em diálogos imbricados entre dança, teatro, som e luz. Do elenco fará parte um poderoso grupo da comunidade.»

 

Direcção artística: André Braga e Cláudia Figueiredo

Direcção: André Braga

Dramaturgia: Cláudia Figueiredo e Gonçalo Mota

Composição musical: Pedro Augusto

Co-criação e interpretação: Bruno Senune, Daniela Cruz, Valter Fernandes e grupo da comunidade local. (Participação nos primeiros ensaios: Paulo Mota)

Assistência de direcção: Ricardo Machado

Concepção plástica: André Braga e Pedro Azevedo

Vídeo: Gonçalo Mota

Luz: Cláudia Valente

Realização plástica: Pedro Azevedo e Pedro Coutinho

Coroas: Sandra Neves

Produção: Ana Carvalhosa (direcção), Cláudia Santos e Carolina Cardoso

Espectáculo criado por encomenda dos Teatros Municipais de Vila Real e Bragança, no âmbito do projecto Algures a Nordeste, co-financiado pelo Norte 2020

Co-produção: Circolando, Teatro Municipal de Vila Real / Teatro Municipal de Bragança / Teatro Nacional São João

Duração: 70 min.
M/12 anos

Entrada gratuita

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‘ANJO’

de Henry Naylor

Uma encenação de Ángel Fragua

Inspirado numa história verdadeira.

Há uma rapariga na Síria conhecida por “anjo”. É Rehana.

Tem 19 anos, estuda direito e é filha de pais agricultores. Rehana vive em Kobane, uma pequena cidade da Síria junto à Turquia que um dia é invadida pelo ISIS – o autodenominado Estado Islâmico. Rehana foge para a fronteira com a intenção de chegar à Turquia, mas a memória do pai que ficou para trás é mais forte. Rehana volta para Kobane e vai à procura do pai. Nessa altura, é capturada pelo ISIS e vendida como escrava sexual. Rehana consegue fugir e unir-se às YPJ – Unidades Femininas de Protecção. A vida vertiginosa acelera: torna-se franco-atiradora, mata 100 invasores e passa a ser temida pelo Estado Islâmico, cujos membros acreditam que quem é morto por uma mulher não consegue entrar no paraíso e ter direito às setenta e duas virgens.

Rehana é uma rapariga, o “anjo” de Kobane.

Uma história autobiográfica narrada por Rehana, directamente ao público, através da 'quarta parede'.

Co-produção: Ángel Fragua / Teatro de Vila Real

Tradução: José Paulo Tavares

Interpretação: Teresa Arcanjo

Encenação: Ángel Fragua

Desenho de iluminação: Pedro Pires Cabral

Figurino: Cláudia Ribeiro

Assistente de encenação: Mara Correia

Fotografia: Lino Silva

Registo de vídeo: Closer - André Macedo

Comunicação: Inquieta - Produção e Comunicação Cultural

Duração: 70 min.
M/12 anos

Bilhetes: 5€/3,5€

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‘PAS DE DEUX’

TEN – Teatro Experimental do Nordeste

Um colectivo da comunidade transmontana reuniu-se com o desejo de traçar um trajecto artístico em comum. Nasce em Vila Real, em 2018, o Teatro Experimental do Nordeste (TEN) e ‘Pas de Deux’ é o seu primeiro trabalho teatral.

Com esta peça, procura-se analisar relações conjugais que percorrem os nossos dias, sob um discurso rápido, intenso, e portador de um humor que oscila entre a ternura do romantismo e o chicote implacável do ciúme. Por outro lado, e em tempos de questionamento de papéis sociais, alimenta-se também a reflexão sobre a ideia de homem e de mulher que ainda somos ou aspiramos a ser.

‘Pas de Deux’ surge como adaptação profunda da obra ‘Nada de Dois’, de Pedro Mexia.

Co-produção: TEM / Teatro de Vila Real

Encenação: Alexandre Sampaio

Interpretação: Gisela Firmino, João Cardoso, José Paulo Tavares, Luís Quinas Guerra, Rosa Monteiro e Vítor Martins.

Instalação vídeo: Ricardo Raminhos

Imagem: Ana Moreno e Gil Machado

Duração: aprox. 60min.

M/16 anos

Bilhetes: 3



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