Rede Portuguesa de Arte Contemporânea – Norte, composta por 13 museus, foi hoje apresentada em Lisboa, constituindo-se como a primeira a integrar a rede nacional, criada no ano passado para promover sinergias entre instituições dispersas pelo país.

A RPAC – Norte (Rede Portuguesa de Arte Contemporânea) é uma iniciativa promovida pela Direção Regional de Cultura do Norte, com o apoio do Turismo do Porto e Norte de Portugal, e cofinanciada por fundos comunitários, que envolve 11 cidades a norte do país: Amarante, Bragança, Chaves, Gondomar, Guimarães, Matosinhos, Porto, Santo Tirso, São João da Madeira, Vila Nova de Cerveira e Vila Nova de Famalicão.

O objetivo desta iniciativa é promover turisticamente as regiões do Porto, Douro, Minho e Trás-os-Montes, afirmou a diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro, durante a apresentação da RPAC – Norte, que decorreu na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

Ao todo são 13 os museus e centros de arte e de arquitetura contemporâneas na região Norte que atualmente constituem a RPAC – Norte e que vão dar a conhecer mais de 11 mil obras de arte, disponíveis naquelas cidades.

A Casa da Arquitectura, a Casa do Design, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, o Centro de Arte Oliva, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, a Fundação Cupertino de Miranda, a Fundação Serralves, a Fundação Marques da Silva, o Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende, o Museu Bienal de Cerveira, o Museu de Arte Contemporânea de Chaves – Nadir Afonso, o Museu Internacional de Escultura Contemporânea e o Museu Municipal Amadeo Souza-Cardoso, são as 13 entidades envolvidas nesta rede.

Trata-se de instituições integradas em “edifícios icónicos do ponto de vista arquitetónico”, disse a responsável, acrescentando que normalmente quem procura aquelas obras de arte contemporânea ou visita as instituições pelo edifício arquitetónico é um “público informado”.

A intenção é que tenham um “programa cultural, que possa chegar a mais gente, para alargar o público que pode chegar a estes lugares”, afirmou Laura Castro, dando como exemplo a possibilidade de o público de um festival que decorra naquela região ter acesso a informação sobre “estes edifícios ou programas que podem complementar a visita”.

“Sempre esteve no nosso horizonte organizar roteiros ou percursos turísticos”, acrescentou.

A RPAC – Norte foi a primeira de um projeto mais amplo, de uma rede a nível nacional (a RPAC), que “constitua uma plataforma de referência na arte contemporânea portuguesa”, explicou o diretor geral das Artes, Américo Rodrigues.

Esta rede tem na génese o interesse em estimular e promover a arte contemporânea, através da criação de sinergias entre espaços, programadores e artistas, disse.

Como tal, tem como objetivo, além de promover a interação entre instituições dispersas pelo país, consolidar o mapeamento das instituições públicas e privadas, apoiar a internacionalização e capacitar as equipas adstritas.

A rede está concertada com a dinamização do Programa Anual de Aquisição de Arte Contemporânea do Estado, criado em 2019, através do qual foram adquiridas e integradas obras de artistas nacionais.

Atendendo a que a RPAC é nacional, e questionado pela Lusa sobre a razão da apresentação de uma rede regional, Américo Rodrigues esclareceu que “a possibilidade de organização em termos regionais sempre esteve prevista”.

Havia já um mapeamento e ainda vai haver um processo de adesão, mas acontece que a região do Norte já estava “há muito a trabalhar em articulação com o turismo” e constituiu-se nessa base, acrescentou.

As outras regiões terão igualmente autonomia nas suas propostas e, da mesma forma que a região do Norte se associou ao turismo, as outras poderão fazê-lo também ou ligar-se a outras áreas, como a ciência, exemplificou.

Mas é a rede nacional que “vai congregar e reunir todos os equipamentos, fazer o mapeamento e a divulgação”, assim como fará circular as obras de arte por toda a rede, já que um dos objetivos é precisamente que “os equipamentos aderentes possam receber obras do Estado”.

A RPAC foi constituída em 2021, através de uma Resolução do Conselho de Ministros, o próximo passo é a adesão das instituições à rede, o que poderá começar a partir do próximo mês, prazo que o diretor geral das Artes tem como meta para abrir o processo de adesão.

Esse processo “nunca estará completo”, adiantou, explicando que “há critérios mínimos de adesão, mas não será um processo moroso e está sempre a completar-se”, até porque há a intenção de alargar a espólios de artistas e a ateliers.

Além disso, afirmou querer “envolver os artistas visuais também neste processo e fomentar a sua participação ativa”.

Américo Rodrigues considera que “o que falta é um programa de apoio à programação” dos centros aderentes à rede, e avançou que vai, por isso, propor a criação de uma linha de financiamento para projetos, que podem ser de programação, mediação ou comunicação.

Este será o passo a dar após a adesão das instituições à RPAC e ao início da colaboração e apoio mútuo.

O diploma do Governo que criou a RPAC, publicado em maio de 2021 em Diário da República, define-a como uma plataforma de dinamização que irá promover a interação de 120 instituições dispersas pelo país, já identificadas.

No diploma que cria a RPAC e a figura do curador da Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), o Governo sublinha que "foi retomada, ao fim de quase 20 anos, uma política pública de aquisições de obras de arte contemporânea, que privilegia a criação nacional e a respetiva fruição em todo o território", através da constituição da Comissão para a Aquisição de Arte Contemporânea, e da afetação de uma verba anual no âmbito do programa de aquisição de arte contemporânea portuguesa do Estado.



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