O Tribunal de Vila Real começa a julgar na terça-feira um homem de 39 anos acusado do crime de homicídio qualificado da sua mãe, na localidade de Bragadas, no concelho de Ribeira de Pena.
O agricultor está ainda acusado pelo Ministério Público (MP) do crime de profanação de cadáver.
O alegado homicídio aconteceu em outubro de 2018, mas o cadáver da mulher de 68 anos só foi descoberto dois meses depois, em dezembro, por caçadores.
De acordo com a tese do MP, a que a agência Lusa teve acesso, o arguido mantinha uma relação conflituosa com a mãe, com quem discutia e tinha comportamentos agressivos, associados ao consumo de álcool excessivo.
No dia 04 de outubro de 2018, entre as 18:30 e as 19:30, em Bragadas, freguesia de Santo Aleixo, Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, na berma da Estrada Nacional 312, o arguido terá, segundo a tese da acusação, abordado a vítima que caminhava apoiada numa bengala para lhe pedir 20 euros para comprar gasolina.
Perante a recusa, o arguido discutiu com a mãe e, em sequência, “usando a força física, retirou da mão da vítima a bengala e desferiu-lhe pelo menos três pancadas na zona da cabeça e da face, fazendo-a embater com a cabeça no solo”.
Segundo o MP, o agricultor terá, depois, apertado “o pescoço da vítima até a mesma sufocar”, causando-lhe “lesões que determinaram a sua morte”.
Posteriormente, terá colocado o corpo da mulher na mala do carro e acabou por o deixar junto a uma linha de água, no meio de mato e de silvas, “para que não pudesse ser encontrado”.
O MP acredita que o arguido atuou com o propósito “de usar a força física contra a vítima” e de lhe “causar lesões corporais e consequentemente a morte”.
Agiu, de acordo com a acusação, “com intenção de tirar a vida à sua própria mãe, de forma calculista e insensível, com total indiferença pela vida humana”.
O agricultor está a aguardar julgamento em prisão preventiva, tendo sido detido pela Polícia Judiciária de Vila Real em outubro, antes de ter sido encontrado o corpo da vítima.