O Tribunal de Bragança decidiu levar a julgamento uma alegada rede de 22 pessoas, algumas das quais reclusos, acusada de introduzir droga na cadeia de Izeda, informou hoje o Ministério Público.

A decisão surge depois de pedida e julgada a abertura de instrução do processo com a Tribunal a pronunciar os 22 arguidos "nos precisos termos constantes da acusação deduzida pelo Ministério Público", como divulgou o órgão judicial.

Entre os arguidos estão reclusos e familiares que vão a julgamento, em data a marcar, acusados de crimes como associação criminosa, tráfico e outras atividades ilícitas agravado, branqueamento de capitais e detenção ilegal de arma.

O tribunal considerou existirem os indícios apontados pelo Ministério Público de que "de finais de 2015 a outubro de 2017, quatro arguidos, à data dos factos reclusos no estabelecimento prisional de Izeda, organizaram uma estrutura humana e logística, de que faziam parte outros reclusos e familiares destes".

O motivo desta rede seria "a aquisição de cannabis, heroína e cocaína no exterior, seu transporte e introdução no estabelecimento prisional, para aí ser comercializado".

De acordo com a acusação, a droga seria introduzida na cadeia "por ocasião das visitas, acondicionada nos genitais de arguidas familiares de arguidos reclusos ou com a colaboração de um arguido que desempenhava funções num balcão exterior ao estabelecimento prisional".

"Para receberem os pagamentos relativos às vendas de produto estupefaciente que comercializavam no interior do estabelecimento comercial, os arguidos utilizavam contas bancárias tituladas por outras pessoas, seis delas arguidas no processo", continua a acusação.

Dos 22 arguidos deste processo, três arguidos encontram-se a aguardar julgamento em prisão preventiva e um arguido e cinco arguidas com obrigação de permanência na habitação.

Foto: António Pereira



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