Um abaixo-assinado dirigido ao primeiro-ministro contra o encerramento de serviços de saúde começou hoje a circular no distrito de Bragança, numa iniciativa de uma comissão que se apresenta como representativa da sociedade civil.
Segundo disse à Lusa um dos seus elementos, José Domingues, a comissão é coordenada pela União dos Sindicatos de Bragança e nela estão representados diversos sectores da sociedade.
Os promotores do abaixo-assinado consideram \"uma afronta à dignidade\" da região \"toda e qualquer tentativa de encerramento\" de maternidades e serviços de urgências que ponha em causa a garantia constitucional de acesso a cuidados de saúde.
A iniciativa surge depois de o ministro da Saúde ter deixado claro em Bragança que uma das duas maternidades da região irá encerrar, cabendo à direcção do centro hospitalar do Nordeste a decisão sobre se será a de Mirandela ou a de Bragança.
As medidas do Ministério da Saúde, que incluem também o enceramento de urgências em centros de saúde com pouca afluência, têm sido alvo de contestação no distrito por parte de autarcas, nomeadamente o de Mirandela, que anunciou hoje acções de protesto que incluem a colocação de um cartaz no IP4 a anunciar \"Aqui termina Portugal\".
O porta-voz da comissão promotora do abaixo-assinado frisou que a iniciativa \"não tem qualquer cariz partidário e é independente de outras acções\", embora afirme concordar que \"quanta mais gente se envolver nesta luta, melhor para o distrito\".
Segundo José Domingues, a comissão tem como meta recolher 25 mil assinaturas em toda a região e entregá-las pessoalmente, antes do final do mês, a José Sócrates.
De acordo com este elemento, o abaixo-assinado contou com uma grande adesão, sobretudo de comerciantes que se dispuseram a recolher assinaturas nos seus estabelecimentos.
No documento é referido que \"o distrito de Bragança tem sido vítima de uma política de abandono responsável pela falta de desenvolvimento e progresso\".
Lê-se ainda que o encerramento de um conjunto significativo de serviços públicos faz parte das \"políticas que desvalorizam a região no contexto nacional e isolam cada vez mais o distrito de Bragança, provocando desemprego e dificuldades crescentes para a fixação e futuro dos jovens\".