Depois de Hernâni Dias ter dito que em quatro anos de mandato pouco ou nada ficou por fazer, Carlos Guerra veio agora relembrar o programa eleitoral de 2013 do PSD afirmando que muito do proposto não foi cumprido.
Depois das notícias publicadas pelo Diário de Trás-os-Montes, Mensageiro de Bragança e Jornal Nordeste, aquando da inauguração da sede de campanha do Partido Social Democrata para as autárquicas de Bragança, em que Hernâni Dias afirmou perante os jornalistas que a única coisa que tinha ficado por fazer nos seus quatro anos de mandato teria sido a criação do recinto para a realização da feira de gado, o principal candidato da oposição veio, agora, relembrar as promessas feitas em 2013 pelo atual presidente de câmara, de forma a certificar que não foi apenas uma medida que ficou por concretizar, mas muitas mais.
O Diário de Trás-os-Montes recorda, antes de mais, as declarações proferidas por Hernâni Dias a 30 de junho, nas quais asseverou que ”pouco ou nada ficou por fazer”. “Desde o início do mandato, que temos vindo a desenvolver um trabalho de verificação daquilo que eram as nossas propostas e o que já conseguimos fazer, assinalando a verde o que íamos fazendo, a amarelo o que estava em execução e a vermelho aquilo que não tínhamos ainda conseguido concretizar e posso dizer que, hoje, temos, praticamente, o mapa pintado de verde com muita pouca coisa a vermelho, inclusive no meio rural”, afiançou o candidato social-democrata à Câmara de Bragança, confessando, no final, que aquilo que faltou por concretizar foi o recinto de promoção e valorização de raças autóctones para a realização da Feira de Gado. (Notícia em: http://www.diariodetrasosmontes.com/noticia/um-bom-resultado-seria-ganhar-eleicao-e-reforcar-votacao)
Com o intuito de fazer um “balanço dos 4 anos de governação autárquica do PSD”, o Partido Socialista convocou uma conferência de imprensa no início da semana. No final, Carlos Guerra comentou a afirmação proferida por Hernâni Dias referindo-se a ela como um “caso de daltonismo político” e falando naqueles que acham que “a impunidade de 20 anos de poder permite tudo”.
“O atual presidente da câmara e o atual candidato do Partido Social Democrata às eleições considera de que todas as propostas do seu programa eleitoral anterior, de 2013, só ouve uma que não fez, mas nós, numa leitura muito rápida, conseguimos apontar vinte e tal”, começou por referir o candidato do principal partido da oposição à Câmara Municipal de Bragança, acrescentando, ainda, que “ou vive numa realidade virtual e pensa que está realizado aquilo que não está ou de facto tem uma má assessoria que lhe diz que as coisas estão feitas”.
Vindo munido para a conferência de imprensa com imagens que sustentam algumas das afirmações por si proferidas, Carlos Guerra apontou algumas das medidas que ficaram por concretizar do programa eleitoral do PSD de 2013 para Bragança. Entre as quais, reduzir a taxa de IMI, reduzir o valor do M3 de água para famílias numerosas, criar projeto “Casa Sempre Nova”, criar um “Banco de Recursos”, construir o Complexo Desportivo do Trinta, criar o Parque Urbano da Quinta da Trajinha, construir a praia fluvial em Gimonde, elaborar o plano municipal de limpeza de florestas públicas, construir ETAR`s nas aldeias, construir o Parque Urbano do Rio Fervença e dar dimensão ao Parque de Ciência e Tecnologia, que como se sabe tem espaço para 70 empresas, mas alberga, de momento, menos de dez firmas.
Quanto ao facto da autarquia ter um saldo de gerência superior a 10 milhões de euros e que "tenha ficado tanto por fazer", o candidato socialista considera que “dentro das prioridades de Bragança, sobretudo, quando existe essa grande disponibilidade financeira que a câmara anuncia”, “ou a câmara municipal considera que está tudo feito e que não é preciso gastar esse dinheiro, investir na qualificação da vida e na economia do concelho, ou tem um péssimo sentido de gestão da causa pública”.
Carlos Guerra denunciou, ainda, aldeias com autênticos esgotos a céu aberto como a Serzeda, Outeiro e Gimonde, falou, ainda, em aldeias “com grandes carências de água”, pois “não há uma aposta clara nalgumas povoações na qualificação das suas fontes de abastecimento de água”. No entanto, para o candidato existe um problema muito mais sério. “Alguns canos de água que atravessam as aldeias ou que as servem, ainda são em rede de fibrocimento e manda o bom senso que já tivessem sido substituídas, até porque se sabe que em muitos casos os canos vão fraturando e gradualmente como se viu por aquele tubo que vos mostrei as partículas de amianto vão entrando na rede e consequentemente na rede de distribuição de água às populações”, comentou, avisando que, não sendo uma situação proibida, não é de todo recomendável, até porque “a saúde pública pode correr riscos”.