A Autoestrada do Marão -- Túnel do Marão abriu há um ano, sete anos depois do início da construção, de um investimento global de 398 milhões de euros e com uma forte aposta na segurança dentro da infraestrutura.
A autoestrada, entre Vila Real e Amarante, foi lançada em 2008, pelo Governo socialista de José Sócrates, como uma parceria público privada. O contrato de concessão foi assinado com a Concessionária Autoestrada do Marão, composta pelas empresas Somague e MSF.
A obra arrancou em 2009, o investimento inicial previsto era de 458 milhões de euros, dos quais 341 milhões eram destinados à sua construção, e a sua abertura ao tráfego foi anunciada para fevereiro de 2012.
Sócrates esteve no lançamento da obra e haveria de voltar à serra do Marão para assinalar o retomar dos trabalhos no interior do túnel.
É que o percurso não foi fácil e a obra de escavação do Túnel do Marão foi suspensa por duas vezes devido a um processo judicial interposto por uma empresa que explorava águas nesta serra.
Em julho de 2011, já com o Governo de Pedro Passos Coelho em funções, os trabalhos pararam em toda a extensão da autoestrada, desta vez devido a dificuldades financeiras por parte da concessionária.
Na altura estavam realizados 247 milhões de euros do investimento previsto para a construção, faltando ainda escavar cerca de quatro quilómetros dos 11,3 quilómetros que representam a extensão total das duas galerias do túnel.
Em junho de 2013, o Governo PSD/CDS resgata a concessão do Túnel do Marão, uma decisão fundada no incumprimento pela concessionária que interrompeu a obra, e o empreendimento foi entregue à Infraestruturas de Portugal (IP).
O Túnel do Marão fica para a história como a primeira obra pública resgatada pelo Estado, o que aconteceu dois anos após a paragem da empreitada.
Em fevereiro de 2014, foi aprovada em 89 milhões de euros a candidatura do projeto ao cofinanciamento comunitário através de fundos disponibilizados pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
A obra foi inaugurada a 07 de maio de 2016, pelo primeiro-ministro, António Costa, e abriu ao trânsito no dia 08 de maio, permitindo a ligação à Autoestrada 4 (A4) para o Porto e para Bragança.
No interior do túnel, que rasga a serra do Marão, a aposta foi na segurança máxima.
A infraestrutura dispõe de 18 subsistemas de segurança ativa que atuam em conjunto e são geridos por um sofisticado sistema de automação.
Todo o túnel está coberto por um sistema de videovigilância, com 126 câmaras, e de deteção automática de incidente.
Em caso de anomalia, carro parado ou incêndio, a câmara mais próxima do local foca a anomalia, puxa a situação para o 'vídeo wall' do centro de controlo onde em permanência estão dois operadores.
É o próprio sistema que sugere formas de atuação de acordo com a gravidade da ocorrência e o procedimento de emergência que deve ser tomado.
Ao longo de toda a extensão existem dois passadiços para encaminhar os utentes para as 13 passagens de emergência, seis das quais permitem a passagem dos veículos para a outra galeria que poderá ser encerrada para a evacuação ou passagem dos veículos de emergência.
O empreendimento inclui dois túneis, duas galerias gémeas, que foram construídos em paralelo.