Com o intuito de esclarecer os homens de negócios transmontanos, a Associação Empresarial de Portugal passou por Chaves e Bragança, seguindo-se Vila Real, onde também será apresentado o projeto “Novo Rumo a Norte”.

 

O primeiro dos oitos seminários previstos aconteceu em Chaves no primeiro dia do mês, a 1 de abril. “Pouca gente, muita terra, grandes projetos. Como atrair investimento?” foi a pergunta lançada em género de desafio aos participantes. Dinamizado pela Associação Empresarial do Alto Tâmega, uma das sete entidades parceiras de primeira linha da Associação Empresarial de Portugal (AEP), este evento aproveitou as presenças de diversos especialistas em questões económicas e de dirigentes associativos de outros pontos da região Norte. Em debate, a temática da captação de investimento atraiu inúmeros agentes económicos e decisores políticos dos territórios de baixa densidade.

Ontem, a 5 de abril, realizou-se em Bragança a segunda sessão do ‘roadshow’ de apresentação do projeto Novo Rumo a Norte (NRN) nas oito sub-regiões abrangidas por esta iniciativa da AEP. O objetivo passa por tentar ajudar os empreendedores e as micro, pequenas e médias empresas dos 86 municípios da região Norte, independentemente do sector em que operem, no acesso a mais e melhor informação económica e a rentabilizar os diferentes instrumentos de apoio disponíveis até 2020, no quadro do atual ciclo de fundos estruturais da União Europeia.

Em Bragança, a apresentação do NRN ocorreu durante um seminário que, entre as 12 e as 16 horas, teve lugar no auditório da Associação Empresarial do Distrito de Bragança, parceira da AEP na operacionalização do projeto na sub-região das Terras de Trás-os-Montes. O programa incluiu a formalização de um acordo de cooperação entre as duas organizações, no quadro de uma rede colaborativa, com quase seis dezenas de membros, que tem vindo a mobilizar o movimento associativo empresarial da região Norte.

O encontro pretendeu, também, familiarizar empresários e gestores dos nove municípios das Terras de Trás-os-Montes (Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais) com os principais instrumentos de financiamento ao investimento empresarial. Num painel que tem por tema “Projetos empresariais: que instrumentos de financiamento?”, participaram especialistas ligados à banca, ao sistema nacional de garantia mútua e à gestão dos incentivos públicos às empresas em matéria de competitividade e internacionalização (Compete 2020).

 

“Pouca gente, muita terra, grandes projetos. Como atrair investimento?”, “Projetos empresariais: que instrumentos de financiamento?” e “O turismo e o interior – que futuro?” em debate nas cidades de Chaves, Bragança e Vila Real, respetivamente.

 

Para além de outros intervenientes, o orador principal foi o anterior presidente da Câmara Municipal de Bragança. Sendo um profundo conhecedor da realidade transmontana, coube a Jorge Nunes, que atualmente integra a Comissão Diretiva do Norte 2020 como vogal, enquadrar o debate na ótica do desenvolvimento socioeconómico de Trás-os-Montes.

“Este projeto visa agregar um conjunto de competências e informações, difundindo-as e criando uma plataforma de recolha de oportunidades de disponibilização de conhecimento que permitirá às empresas aceder com mais facilidade a oportunidades ao nível do financiamento no âmbito do sistema de incentivos às empresas”, esclareceu o ex-edil brigantino. Para Jorge Nunes, este “programa de cooperação é uma mais-valia no acesso a ajudas e incentivos da União Europeia” para o desenvolvimento da atividade empresarial, “seja na qualificação, na inovação tecnológica, na investigação ou mesmo na internacionalização”.

Outro dos intervenientes principais foi o próprio vice-presidente da AEP e o diretor do projeto NRN, que no final do seminário esteve à conversa com o Diário de Trás-os-Montes. “Esta iniciativa resulta de um conjunto de vontades das associações empresariais no sentido de termos um melhor apoio às nossas empresas do norte de Portugal”, declarou Luís Miguel Ribeiro, sublinhando o fato de que as micro, pequenas e médias empresas representam 98 por cento do tecido empresarial português.

Na opinião do responsável, deve haver uma maior proximidade, bem como um maior esclarecimento dos empresários relativamente aos apoios, já que muitos milhões de euros disponíveis provenientes da União Europeia ficam por distribuir devido à falta de conhecimento dos programas por parte dos homens de negócios.

 

Daqui a uma semana, sensivelmente, será disponibilizada uma plataforma online criada no âmbito do projeto NRN e através da qual os empresários poderão fazer perguntas e ver as suas dúvidas esclarecidas num prazo máximo de 48 horas

 

“Os números são claros, os territórios de baixa densidade no interior têm aproveitado muito pouco os fundos comunitários ou programas comunitários de apoio”, destacou o diretor do NRN, salientando, “basta percebermos o que é a atividade de um empresário de uma micro ou média empresa em que tem de fazer praticamente tudo, nem tem tempo sequer para andar à procura de informação”.

“É nossa responsabilidade fazermos chegar essa informação de uma forma mais simples, mais completa ao empresário e que ele possa rapidamente perceber que tem à disposição alguns apoios”, concluiu Luís Miguel Ribeiro, assegurando que, “daqui a uma semana”, será disponibilizada uma plataforma online criada no âmbito do projeto NRN e através da qual os empresários poderão fazer perguntas e ver as suas dúvidas esclarecidas num prazo máximo de 48 horas.

O “roadshow” passou o dia de hoje na cidade bracarense, seguindo-se, em meados de abril, Vila Real, onde em discussão estará “O turismo e o interior – que futuro?”. Este encontro, organizado, conjuntamente, pela AEP e pela Associação Empresarial de Vila Real, servirá de mote às intervenções de credenciados especialistas em turismo e de alguns dirigentes associativos.

Este périplo descentralizado de oito sessões promovido pela AEP para apresentação do Novo Rumo a Norte e integrado num ciclo de esclarecimento ao empreendedor e às micro, pequenas e médias empresas encerrará na primeira semana de maio na cidade do Porto, onde sobre a mesa estará o tópico “Qualificar para a inovação em contexto empresarial”.
 

 


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