Um engenho explosivo foi encontrado, ontem, cerca das oito horas, na praça principal de Sendim, em Miranda do Douro. O objecto, uma granada de morteiro muito utilizada durante a guerra colonial, foi descoberto, junto a um palco montado, por um morador que, de imediato alertou a GNR.
Acabou por ser detonada, horas depois, longe do local onde foi abandonada por desconhecidos, sabendo-se que ainda continha alguma carga explosiva, se bem que aparentasse estar em mau estado.
Usado por Infantaria
O achado mereceu algum aparato no local, que foi vedado e vigiado por um elemento da GNR até à chegada de uma equipa de desactivação de engenhos explosivos que, pelas 15 horas e vinda de Vila Real, removeu o engenho da praça de Sendim.
O facto de se tratar de um local central, logo movimentado, levou gente à praça, criando alguma agitação, sustentada mais pela curiosidade do que por receios e, durante a operação de remoção, muitos foram os que se juntaram para assistir aos trabalhos.
Segundo o major Sá Pires, da GNR, o engenho, com cerca de 17 centímetros, era uma granada de morteiro de 60 milímetros, explosivo bastante utilizado pelas forças de Infantaria durante a guerra colonial. Apesar de\"não construir ameaça aparente\", e ainda segundo aquele milittar, a GNR enviou para o local uma equipa de desactivação de engenhos explosivos com a finalidade de remover o objecto.
Em declarações ao JN, alguns moradores acharam estranho que alguém abandonasse o engenho na praça, dado que na noite anterior tinha decorrido no local arraial tradicional, inserido no âmbito de um passeio ecoturístico que decorreu na região.
O engenho, que estava enferrujado e com a base danificada, tinha uma número de série que permitirá saber a data em que foi executado, coisa que ontem ainda não se sabia.
Gelamonite entre lixos
Foi encontrado material explosivo na secção de triagem dos resíduos provenientes dos ecopontos, da Estação de Tratamentos de Resíduos Sólidos Urbanos (ETRSU) de Riba de Ave, em Vila Nova de Famalicão. Trata-se de \"velas de gelamonite\", uma espécie de dinamite usualmente utilizado nas pedreiras.
Segundo o que o JN conseguiu apurar, as 31 velas de gelamonite estavam distribuídas por dois sacos que estariam colocados dentro de um outro, e foram encontrados na linha de triagem do plástico e do metal por funcionários que estariam a operar na altura.
Os responsáveis pela Estação de Tratamentos pararam de imediato a operacionalidade daquela unidade tendo chamado ao local a GNR de Lordelo, que por sua vez alertou a Brigada de Minas e Armadilhas de Braga. O caso foi comunicado ao Tribunal, prosseguindo agora as investigações.